OPINIÃO

Teclando - 01/12/2021

A culpa é do GPS?

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A culpa é do GPS?

Não recebi uma encomenda que deveria ser entregue na Avenida Brasil, bem no centro de Passo Fundo. O GPS, sistema de navegação por satélites, mandou a entrega lá para o horizonte perdido da emblemática Vila Xangri-lá. Culpa do GPS? Solicitei um carro de aplicativo no Bosque Lucas Araújo. O GPS enviou o motorista para um apêndice da Vila Planaltina. Culpa do GPS? Pois bem. Antes de qualquer argumentação, vamos partir do início. E o princípio é o ser humano, a sua capacidade de absorção de conhecimentos e a sua evolução. A história do GPS passa, invariavelmente, por Santos Dumont e o primeiro triunfo do homem usando a sustentação para derrotar a gravidade. Um marco para uma evolução constante. A arte explica isso. Para mim, a melhor aula sobre esse insaciável desafio é apreciar a obra “A Conquista do Espaço”. Pintado em 1953, o painel de Aldo Locatelli está no terminal 02 do Aeroporto Salgado Filho.

É o homem dos sonhos de Ícaro, dos estudos de Da Vinci, do projeto de Dumont e do foguete de Goddard. Sim, o homem chegou ao espaço. Lançou satélites e, até parece marca registrada, deixou seu rastro com o lixo espacial. Mas também colocou a tecnologia em órbita para auxiliar a humanidade. Tecnologia que pode salvar vidas ou, infelizmente, ser letal a serviço da beligerância. Então, em relação ao GPS, estamos diante de uma questão de bom ou mau uso. E, importantíssimo, da qualificação para o seu uso. Não basta apertar um botãozinho. Antes é necessário saber o que está fazendo. Então vá com calma e comece com um mapa e uma bússola para saber onde está. Assim, com uma noção sobre localização, dificilmente o GPS será o “culpado”. Para melhor compreensão, observe a obra de Locatelli que, com certeza, permitirá uma boa reflexão: pássaros, homens, conhecimentos e GPS.

Insanos decibéis I

Acho que é perda de tempo falar sobre barulho, pois, em meio à barulheira, quase ninguém consegue mais escutar. Mas, como sou teimoso por convicção, não posso me calar e até sou obrigado a gritar: é muito barulho! Passo Fundo é uma cidade barulhenta e nem tentem me convencer do contrário. É ruído excessivo de dia e perturbação do sossego à noite. Nos últimos tempos, parece que os escapamentos dos veículos não têm mais abafadores e silenciadores. Também constato que muitas caminhonetes trafegam livremente com descarga aberta. Além do ronco dos motores, ainda adaptam uma espécie de apito nos escapamentos. Fazem barulho propositadamente, incomodam, prejudicam a qualidade de vida e se acham os tais. Sim, aceleram e reduzem para fazer barulho. E, a cada ronco, ainda atiram um sorriso idiota pela janela.

Insanos decibéis II

Isso é por má-fé, má índole ou má educação? Prefiro rotular como ignorância da prepotência. Ou o mais correto seria a prepotência da ignorância? Mas, entre ordens e fatores, parece que motocicletas já estariam isentas do uso de silenciadores. Não bastasse isso tudo, ainda persistem alguns casos de utilização de alto-falantes nas portas das lojas. E circulando pelas ruas também. Nessa poeira de barulho, as pessoas acabam falando mais alto ou gritando, amplificando os decibéis que habitam a cidade. E a noite, então, é uma sonzeira. Trepidam locais sem isolamento acústico e a gritaria se espalha pelas ruas. Assim, pensando bem baixinho para não atrapalhar ninguém, pergunto se algo vem sendo feito para abafar essa barulheira? Sim, para exterminar o barulho que as pessoas produzem em veículos, estabelecimentos e nas ruas? Ou a lei do silêncio foi revogada pela lei do barulho?

Estacionamento

Tóc, tóc, tóc...

Trilha Sonora

Bebu Silvetti - Lluvia de Primavera


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