As letras do cientista
Há muitos anos, as letras brilhantes da coluna de Gilberto Cunha enriquecem as páginas de O Nacional. Quase não nos falamos, mas sempre nos lemos. Cruzamo-nos pelo papel, na velocidade de 2,5 m/s, entre as unidades da rotativa do Jornal. Os encontros ocorrem com raridade e nunca permitem cumprir a extensa pauta, onde não faltam curiosidades sobre pesquisas ou oscilações barométricas. Cunha tem o dom didático na prosa escrita ou falada. Fala manso, lê com ferocidade. É cientista que compartilha os conhecimentos, simplifica e desmistifica. Pega o gancho do cotidiano ou da história para pendurar um borbulhante tubo de ensaio. Fez isso com maestria na sua saga literária “Meteorologia: Fatos & Mitos”. Imortal da nossa Academia de Letras, não dá folga ao alfabeto e não perde o fôlego ao teclado. Assim, quando o entusiasmo está na excelente companhia do conhecimento, o resultado é uma grande obra:
“Ah! Essa estranha instituição chamada ciência”. Por fora, um livro enorme. Por dentro, um grande livro que mostra as ridículas adversidades que a ciência já superou. Tem, ainda, Borgelatria e outros ensaios chacoalhantes para auxiliar na queda da ficha. Gilberto Cunha mantém a característica de permitir a independência entre os textos, facilidade que respeita o livre-arbítrio dos leitores. Ou atrai ledores preguiçosos como eu, que devoro na mais absurda desordem sequencial. O importante é que, independente da ordem, os fatores apresentados foram produzidos pela razão. O livro, já disponível nas Livrarias Delta, mostra essa lógica que move a ciência. Vacinado com doses de ironia e bom humor, Cunha pulveriza o conhecimento para desfragmentar balelas da atualidade. E, diante do festival de caricatos absurdos reinantes, o menosprezo à ciência é cirurgicamente isolado pelo saber.
Bookmaker
Demasiadamente propalado, o meu retorno ao Batatas já virou folclore. Seria no domingo passado, ficou para outro. Qual deles? Quando? Ah, confesso, nem mesmo eu sei. A culpa é do embrulho que a pandemia fez na minha cabeça, gerando uma luta interminável entre desejos e cautelas. Quem sabe no próximo domingo? Já tem gente apostando no que acontecerá antes: a) Reabertura do Aeroporto; b) Duplicação do trecho Passo Fundo-Marau; c) Asfaltamento da Transbrasiliana; d) Minha volta ao Batatas? Façam as suas apostas.
Safra, chuva e estradas
A falta de chuvas para a safra de milho espigou os cabelos dos agricultores. Além disso, as estradas do interior também atrapalham nessa época, com muita poeira e dificuldades para o escoamento.
Churrasco da firma
Vivemos a época dos tradicionais churrascos da firma. Aqui, inicialmente, fizemos o da Redação, abrindo os trabalhos para algo ainda maior. E foi a estagiária, saída dos túneis de Ibirubá, quem aprontou para o, digamos assim, decano (expressão novíssima!) da turma com uma aula de dança. Dois pra lá, dois pra cá e a turma se divertiu. A festa esteve ótima. E não poderia ser diferente, pois foi embalada pela cremosidade do inigualável chope da Brahma.
Novidades no Aeroclube
Para voar é necessário asas e conhecimento. Isso é o que o Aeroclube de Passo Fundo oferece, com suas aeronaves e a Escola de Aviação Civil. Com a aquisição de um avião modelo Tupi, o Aeroclube conta com uma aeronave para formação completa do aviador. Será utilizada para os cursos de Piloto Privado, Piloto Comercial e IFR (voo por instrumentos). O modelo é homologado IFR padrão, mas a ideia é um retrofit para PBN (Performance Based Navigation), que permite modernos procedimentos via GPS. Além disso, logo pousará na pista do Aeroclube (45 metros de largura!) mais um Aero Boero, ampliando a frota. Bons voos!
Trilha sonora
O filme é de 1970, mas por aqui permanece em cartaz. Vincent Bell - Airport Love Theme