Se o ano de 2021 carregou muitos resquícios de seu antecessor, este que começa agora já traz um clima bastante diferente em muitos aspectos de nossas vidas. O maior controle da pandemia, as consequências que ela deixou na economia do país e do mundo e o próprio cenário político do Brasil prometem estar como pano de fundo dos próximos doze meses.
Embora o desfecho só ocorra no último trimestre, as eleições certamente irão balançar bastante o país durante todo 2022. No âmbito econômico, veremos uma postura mais conservadora por parte dos investidores que, devido a instabilidade de um ano eleitoral, não se sentirão tão seguros para arriscar seus patrimônios no mercado financeiro, especialmente com renda variável. Ainda mais depois de saírem tão machucados de anos caóticos no cenário político e de uma pandemia devastadora. A alternativa, para muitos, será reorganizar sua carteira de investimentos, com maior atenção a ativos sólidos e menos propensos à desvalorização. Nesse contexto, o mercado imobiliário se sobressai, ganhando visibilidade pelo seu histórico equilibrado e seguro.
Se por um lado o segmento imobiliário se beneficia, por outro também precisa se preparar para um ano bastante desafiador no que diz respeito à compra e venda de imóveis. Se nos últimos dois anos colhemos os frutos da queda dos juros, desta vez veremos um ritmo menos acelerado no mercado imobiliário como um todo. As condições favoráveis tornaram o público muito mais propenso à compra de imóveis, algo que com o aumento da inflação, tende a mudar daqui pra frente. Para esfriar a economia e tentar frear o consumo, a Selic deve continuar subindo, elevando também as taxas dos financiamentos imobiliários ou, no mínimo, impedindo que baixem tão cedo. Essa dinâmica de “sobe e desce” não é nova no mercado imobiliário e quem trabalha no ramo a mais tempo sabe bem como funciona. Os últimos dois anos foram bastante confortáveis para a comercialização de imóveis, então quem se acostumou com o ritmo acelerado de crescimento precisa estar atento para não se decepcionar. Não quer dizer que o consumidor vai deixar de comprar, até porque historicamente as taxas de juros já foram bem maiores, mas com certeza ele vai se tornar mais criterioso na hora de avaliar condições de pagamento, evitando contrair dívidas a longo prazo.
Porém, ao contrário do que se pode sugerir, a estabilização da demanda não deve influenciar no preço dos imóveis. Quem espera por uma queda no valor dos imóveis precisa rever essa condição para fazer a melhor escolha. O motivo é justamente a alta no preço dos insumos que vem se arrastando há meses, como uma das sequelas deixadas pela pandemia. Devido a escassez de alguns de alguns materiais, o custo subiu mais de 30%, refletindo não somente em lançamentos imobiliários como no preço dos imóveis em geral.
Trazendo as perspectivas para mais perto, penso que 2022 será um bom ano para Passo Fundo. A diversidade econômica da cidade me faz acreditar muito nisso. Será um ano mais difícil para os agricultores devido a forte estiagem, porém outros setores devem ajudar na sustentação econômica do município. A volta às aulas no ensino superior, o ritmo de consultas, cirurgias e exames voltando à normalidade e o próprio comércio aquecido serão os principais motores de Passo Fundo. Sem falar na reabertura do aeroporto que já é uma realidade para 2022. Tudo isso deve fomentar a economia da nossa cidade que tem muito potencial para continuar crescendo e se desenvolvendo.
Vem aí um ano exigente. Um ano que vai exigir trabalho redobrado, escolhas bem ponderadas, inteligência emocional, mas que com certeza será muito gratificante. Resta-nos o compromisso de buscar extrair o que houver de melhor de todas as oportunidades que ainda estão por vir. Então, para todos nós, um feliz e próspero 2022!