Os imiscíveis
A água e o vinho não se misturam. A expressão é antiga e bastante utilizada em analogias cotidianas. Mas, cá entre nós, nada impede a adição de água numa taça de vinho. E nem vamos lembrar os famosos vinhos de garrafão que já eram batizados na origem. Porém, há, sim, líquidos imiscíveis. São aqueles que não se misturam como, por exemplo, a água e o óleo. A questão é tudo aquilo que não podemos misturar. É o imisturável. Nos últimos 22 meses vivemos numa pandemia. Momento difícil, delicado, perigoso, assustador, mortal e muito triste. Amigos levados por um vírus, lágrimas trazidas pela dor. Vírus e pandemia são questões de saúde. Tanto que os casos de infecções pela doença são tratados por médicos e os doentes encaminhados aos hospitais. A pandemia é algo inusitado para nós. Tem abrangência mundial e gera muitas dúvidas. Há caminhos científicos que, se não obstruídos, vêm cumprindo seus objetivos.
Diante do desconhecido, não faltam incerteza que geram desconfianças. O ceticismo até pode cumprir um papel para incitar questionamentos em busca de respostas. Mas essa incredulidade não pode ser propalada aos quatro ventos e, muito menos, utilizada como um instrumento político. E a água e o vinho? Pois bem, nos últimos tempos estão colocando o dedo político em tudo que é lugar. Especialmente nos buracos que não lhes dizem respeito. Isso é a politicalha do oportunismo. É um exemplo quase palpável da sempre lembrada sujeira política. Essa sujeira não se mistura com o conhecimento. Essas condutas não se misturam com o comportamento retilíneo. Enfim, já está mais do que na hora de entendermos que em muitas situações a política é imiscível. E a politicagem inadmissível.
Perigosos hackers
Pandemia é a propagação de uma nova doença. Então, os níveis de contaminação tornam-se importante instrumento estatístico para avaliar a situação. No Brasil esse acompanhamento está prejudicado, pois perigosos hackers invadiram os dados oficiais do Ministério da Saúde. Então, trocando faísca com meus botões, fico imaginando o que motivou tamanha maldade? Em sua maioria os hackers são jovens, fascinados pelos bytes e as mais mirabolantes conexões cibernéticas. Ora, que interesses teriam esses jovens para acabar com o acompanhamento de uma pandemia? Seriam apenas hackers ou serial killers? Isso, obviamente, jamais imaginando a remota possibilidade de que alguém esteja por trás dessa lambança.
Números
E já que estamos no mais autêntico clima de pandemia, é bom ficar atento aos números da contaminação em Passo Fundo. Os novos casos voltaram aos patamares de junho do ano passado. É assustador. Por outro lado, as internações e casos graves diminuíram depois da vacinação. Mas, mesmo vacinados, não podemos vacilar. É vergonhoso enxergar muita gente sem máscara pela cidade. E temos aqueles que ainda não aprenderam colocar a máscara. Já temos mais pessoas com a máscara no queixo do que sobre a boca e o nariz.
Verão
Em verso e prosa, o verão é sempre inspirador. Até a paisagem fica mais bonita e puxa nossos olhares. Mas como temos quatro estações, cada qual tem a sua preferência. Depois de refrescarmos a alma no inverno, as flores da primavera trazem cores anunciando o calor do verão que, logo, será abafado pelo aconchego do outono. Verão lembra praia, piscina e um chope gelado. Mas esse ano a estação quente está muito quente. E seca. Das lavouras aos reservatórios, a preocupação é grande. E vem calor infernal nos próximos dias. Então, tiramos o foco do lazer para minimizar muitas consequências. Parece que veremos um verão como há muito não se vê.
Chope
Recadinho para o amigo que está lá no litoral sul de Santa Catarina. Tudo bem por aí? Só para lembrar que agora já não é apenas um chope. Acho melhor encomendar um barril para a volta. Liga a trilha sonora e aproveita! Abraço.
Trilha sonora
João Bosco – Papel Machê