A produção literária do escritor Gilberto Cunha, pesquisador da Embrapa de Passo Fundo, chega ao mercado livreiro com substancial força informativa. “Ah! Essa Estranha Instituição Chamada Ciência”, alinhando a borgelatria e outros ensaios produz indispensável pensamento científico. Na sua exposição apresenta razões sóbrias e contundentes, que orientam o leitor ao urgente discernimento entre as revelações comprovadas na melhor forma metodológica e as precárias aporias. Sem apego aos pragmatismos elabora pensamento crítico de elevada consistência nas verdadeiras conquistas inabaláveis da ciência. Pela sua larga experiência de vida dedicada à pesquisa na Embrapa, acumula saber notável. Saliente é o talento na dimensão universal do conhecimento humano, orientando a ciência pela filosofia específica.
Este observador que vos escreve, leigo na matéria abordada, não tem o condão de apreciar a profunda validade do estudo difundido com brilhantismo por Gilberto Cunha. O contato com os textos cristalinamente apresentados, no entanto, instiga a reler a obra. Não é apenas um livro de cabeceira, mas um catecismo, repleto de conclusões responsavelmente assumidas no escandir histórico científico.
O livro é versão de primoroso estilo literário, conciso na exposição das razões. As reproduções de artigos, alguns previamente publicados, completam a força do embate que ocorre no atual momento histórico, onde elucubrações se apresentam de forma a obliterar conquistas da ciência. Conquistas estas consagradas ao longo dos séculos, graças à genialidade dos que produzem conhecimento. Argumentos reconhecidos e inabaláveis constituem advertência às intromissões levianas que, mesmo as bem intencionadas, são imprestáveis à verdade científica.
Embora o tema seja amplo e complexo, Cunha alcança raro timbre de clareza e até leveza literária, ensejando fruir agradável à leitura. Tem o raro dom de compor as frases de modo criativo e com arte. A decidida atitude em relação às versões que contrariam o bom senso, ou a tentativa malsinada dos que desrespeitam a ciência como instituição, fica bem explícita. Esta justa ira contra os predadores do saber honesto vem fortemente nutrida pela argumentação do autor. A leitura do livro, pelo ilustrado membro da Academia Passo-fundense de Letras, é também tributo ao vernáculo. Apresenta substanciosos subsídios à curiosidade pelo saber. Neste sentido, temos a certeza do seu eficiente conteúdo de raciocínio a todas as formas do conhecimento. Ouso recomendar a professores, pesquisadores e a quem esteja ávido por saber mais. Por afinidade com nossa convivência na comunicação jornalística, recomenda-se a leitura de “Ah, Essa Estranha Instituição Chamada Ciência”. São apreciáveis os conteúdos para quem precisa argumentar cotidianamente. Sem dúvida o exaustivo trabalho publicado por Gilberto Cunha é das mais sólidas contribuições à cultura, que merece ser abraçado.
Valores da nação
A realidade de hoje, no país, na sua mais dolorosa aflição, é o efeito da pandemia. As constantes negativas do governo oficial em assumir a consternação pelas mortes e milhões de afetados pelo vírus da Covid é evidência de infidelidade cívica. As constantes incursões bloqueando a estrutura institucional de saúde, intentadas pela autoridade presidencial, massacram a população. A letargia na missão urgente de socorrer a comunidade afetada pela doença, com desvio intencional do dever constitucional, foi escolhida como estratégia de guerra contra a resistência pela vida. Na sórdida manipulação de opinião e interesses eleitorais, o Palácio do Planalto lança obstáculos para dividir a opinião popular. A onda criminosa de fake news, com o propósito de desfigurar a orientação da ciência médica, quer desunir o povo. A tática na guerra da desinformação é “Dividit et imperat” (divida para governar). Assustados com o resultado das pesquisas eleitorais no momento, lançam ofensas a sólidas instituições e conquistas da sofrida ciência brasileira. O presidente e sabujos do poder perderam totalmente o escrúpulo. A afetação da saúde mental no mundo todo preocupa o futuro do desenvolvimento social e econômico. É a sequela silenciosa que não sensibiliza mandatários, afetados ou não pela pandemia.