OPINIÃO

Conjuntura Internacional

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Em um dos momentos mais tensos desde o final da Segunda Guerra Mundial, a escalada de tensões entre a Rússia e a Ucrânia conheceu rapidamente as reais intenções de Putin, ao orquestrar a operação militar em pontos de fronteira da Ucrânia, bem como a comandos militares, seguido da manifestação de Putin sobre a necessidade de “desmilitarizar” Kiev. Em um primeiro movimento, Moscou reconheceu, por decreto, as repúblicas autodenominadas independentes de Donetsk e Lugansk, sob o controle de separatistas russos. A região que engloba as aludidas repúblicas é a de Donbass, no leste ucraniano em fronteira com a Rússia, e passa por uma turbulência, ao menos, desde 2014, época em que a Crimeia foi anexada ilegalmente pela Rússia. A coluna chegou a aventar que provavelmente Putin aguardaria a janela dos jogos de inverno na China, para começar com os movimentos no tabuleiro geopolítico. O segundo movimento pode ser considerado como o início de uma guerra contra a Ucrânia. Putin ordenou a operação militar em cidades estratégicas da região de Donbass, ainda controladas pela Ucrânia, incluindo o Porto de Mariupol. Após, explosões foram sentidas nas cidades de Odessa e Karkiv, bem como na Capital Kiev. Atualmente, há uma linha de contato entre as repúblicas separatistas e a soberania ucraniana, de cerca de 430km de distância. Com os últimos movimentos (a coluna foi fechada no início da manhã do dia 24/02/22), Putin avança sobre essas fronteiras, invadindo o território ucraniano e abrindo uma guerra que certamente trará desafios às potências ocidentais. Um dos objetivos de Putin foi atingido, o de impossibilitar a adesão da Ucrânia na OTAN, instalando checkpoints militares no leste ucraniano como resposta ao avanço da organização no leste europeu. A manifestação de Putin sobre a operação militar parecia ser uma gravação, e veio logo após às declarações do presidente ucraniano, Zelensky, em que ainda pedia ao povo russo a paz.

 

Reações 

As medidas iniciais de restrições econômicas à Rússia foram anunciadas na sequência, pelas potências ocidentais. A grande questão é o quão eficazes serão essas medidas, mais restritas ao sistema financeiro internacional, para isolar Moscou, que abre uma guerra sem precedentes. Ainda resta incerto até que medida as potências ocidentais irão aderir diretamente no conflito, com envio de tropas.

 

Consequências 

Os efeitos imediatos ao bombardeio russo já são observáveis: grupos expressivos de pessoas tentando deixar o país, com o temor de que a guerra se estenda aos civis, em que pese Putin ter afirmado que o objetivo seria contra o exército ucraniano. Como decorrência, é provável que se observe uma crise de refugiados, buscando guarida no espaço europeu. Os próximos dias serão cruciais para determinar se a Rússia pretende, além dos bombardeios, tomar a Ucrânia, como fez ilegalmente com a Crimeia em 2014. Enquanto isso, Putin tenta reverter a narrativa, afirmando que tem enviado “tropas de paz” para estabilizar a região de Donbass. A essa altura, todos os esforços diplomáticos foram para o lixo. 


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