A guerra, o bolso e a vida
A evolução do ser humano é complicada. Isso, é claro, se levarmos em conta que estaríamos em constante aprimoramento. Será? Ora, se houvesse um aperfeiçoamento considerável já não teríamos mais brigas entre a própria espécie. Infelizmente, a ganância e o fascínio pelo poder ainda colocam uns contra os outros. Assim, quase uma constante, a guerra está entre nós. Sofrimento, desespero para fugir e abraços emocionados no reencontro dos refugiados. Cenas de guerra, são sempre contundentes. Explosões, gritos, poeira, ruinas e sangue. Milhares de pessoas mortas e quase dois milhões de refugiados. Porém, na concepção em que nossas vidas chegaram, isso tudo vira apenas estatística. Ou, ao olhar dos cifrões, seria uma simples contabilidade. E danem-se as vidas. Invasão ou guerra, pouco importa.
Nos conflitos as partes estão medindo forças. Um jogo em imenso tabuleiro onde a pólvora é apenas o ingrediente mais barulhento. Territórios, riquezas minerais e alimentos fazem os movimentos decisivos. É a guerra que acaba com vidas, fragmenta a dignidade humana, esfacela bolsos e quebra bolsas. O mapa não é mais um convite ao turismo. Agora serve como maquete para o deleite dos apreciadores de um jogo mortal. Por mais importantes que seriam, as conquistas obtidas nas batalhas não justificam a destruição da vida. Pois bem. Já não bastasse tudo isso e ainda há ameaças da utilização de armas nucleares. E falam isso com a maior naturalidade, pois na plenitude de suas insanidades a bomba atômica representa uma espécie de cereja do bolo. De fato, os humanos continuam excessivamente desumanos.
Revezamento
Até pode parecer piada, mas é a barulhenta realidade. Com o final da temporada do circo em Passo Fundo, já imaginava o silêncio dos seus ruidosos carros de som. Mas não deu tempo para comemorar, pois, simultaneamente, chegou um parque de diversões. E, obviamente, equipado com um potente equipamento para produzir ruído. Além do revezamento entre circos e parques, que tocam como alto-falantes convidados, ainda aturamos os locais, que seriam os alto-falantes residentes. E não surge sequer uma boa alma, com ouvidos afinados ao respeito pelos ouvidos alheios, para proibir essa barulheira. Ao que parece, aqueles que deveriam auscultar os mínimos ruídos já estariam surdos.
Batatas
Más-línguas (não confundir com línguas incompetentes!) fofoqueiam por aí que me esqueci do Batatas. Não acreditem nas injuriosas palavras dessas línguas de trapo. Calma! Com base em normas internacionais, sigo os meus próprios protocolos desenvolvidos pela solidão pandêmica. Aos poucos já retornei ao Boka, Panorâmico, Oásis e ao vizinho Kreps. É óbvio que o nosso emblemático Batatinhas vem na sequência, de acordo com os procedimentos estabelecidos. E, pelas promissoras estatísticas, será muito em breve. Aliás, já estou sonhando para ver o que rola no Menor Palco do Mundo. Galera afinada, chope na torneira, rock na veia e muito mais. Agora vai. E eu vou!
Curiosidade
Bastou falar na iminência de um escândalo para atiçar a curiosidade da turma. Não vou dizer de que lado da cidade virá o estouro. A única dica é que os ingredientes são velhos conhecidos. Se o enredo é antigo, desta vez alguns dos protagonistas ainda são alienígenas. Seriam paraquedistas? É questão de semanas ou alguns meses. Podem aguardar.
Ercília
E lá se foi mais uma colega dos bons tempos de Rádio Planalto. Morreu na semana passada Ercília Venturini, por muitos anos a nossa gerente administrativa. Aos poucos, vai diminuindo a Grande Família Planalto. Meu abraço aos familiares e colegas em mais um momento de tristeza para nossa equipe.
Estátua viva
Para quem gosta de estátuas, esculturas e similares, a Expodireto é uma excelente oportunidade. Além do agronegócio, a região oferece muitos atrativos. Em posição estratégica na rota para Não-Me-Toque, Victor Graeff realiza o consagrado Festival da Cuca com Linguiça. No mesmo local está a praça considerada a mais bonita do Rio Grande do Sul. O destaque é a topiaria, uma poda de arbustos em formato escultural. Ali estão monumentos que brotam da terra, verdadeiras estátuas vivas que merecem ser apreciadas.
Trilha sonora
Dire Straits - Sultans Of Swing
