OPINIÃO

Conjuntura Internacional

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Enquanto a coluna é fechada (dia 16/03), o dia se encerra com um provável ataque a um teatro na cidade de Mariupol, o apelo de Zelensky ao congresso americano para fechar o espaço aéreo ucraniano, a ajuda dos EUA na ordem de 800 milhões de dólares e até a declaração do presidente Biden sobre Putin ser um criminoso de guerra. Tudo isso enquanto se tenta ainda uma janela de negociações para, no mínimo, um cessar-fogo por parte da Rússia. A ajuda americana será importante visto que um dos focos são os drones e os sistemas de defesa antiaérea, recursos táticos importantíssimos. Isolado, Putin já começa a criticar os próprios russos, denominando-os (parte deles) como a “escória” pró-Ocidente e uma “quinta coluna”, cujo objetivo seria a destruição da Rússia, arrematando: “estou convencido de que uma autopurificação natural e necessária da sociedade só fortalecerá nosso país, nossa solidariedade, coesão e prontidão para responder a quaisquer desafios". As sanções econômicas vão isolando a Rússia. Conforme disse o próprio Putin, as sanções declaram praticamente o default da dívida, prevendo o desemprego generalizado e a inflação em disparada.

 

A “grande estratégia” 

Até o momento, a “estratégia” de Putin tem sido muito eficaz em tornar a Europa mais unida e dar um novo contexto à antiga OTAN, ao mesmo tempo em que isola o seu país da economia mundial e bombardeia civis em uma guerra completamente injustificada, sem saber ao certo se terá o apoio dos chineses em suas aventuras geopolíticas. Segundo fontes do Pentágono, a Rússia teria solicitado à China ajuda militar, lembrando ainda que o desejo de querer envolver Belarus na guerra já é um indicativo de que a sua invasão vai frustrando, por mais que diga que até o momento os principais objetivos foram atingidos. A narrativa também tem mudado no plano diplomático. O Kremlin chegou a dizer que avanços importantes poderiam ser observados em um provável acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia. Todavia, a imposição russa de desmilitarização é pouco provável. Também, foi discutido um possível status de neutralidade por parte da Ucrânia, como a Suécia ou a Áustria, por exemplo, mas Zelesnky apresentou ao congresso americano uma proposta de uma aliança internacional de países que pudessem garantir a paz em casos de flagrante desrespeito à soberania. Enquanto isso, Zelensky avança no plano da Ucrânia de aderir à União Europeia, o que seria um passo importante, ainda mais se levar em conta os mecanismos de defesa securitária do bloco.

 

Importante sinal 

Os próximos dias serão importantes para demarcar a resposta de Putin à declaração americana de ajuda aos ucranianos com equipamentos militares, principalmente os drones e as defesas antiaéreas, ferramentas indispensáveis no campo tático do presente momento, em que os grandes comboios se aproximam da Capital Kiev. Importante lembrar que a porção ocidental ucraniana ainda está quase toda preservada, excetuando-se o recente ataque russo em base logística para o recebimento de ajuda humanitária e militar a partir dos países fronteiriços, inclusive de membros da OTAN, tentando minar, portanto, essa relevante posição. Os russos ainda detêm muito poder de fogo convencional, um verdadeiro desafio à resistência ucraniana. Daí entende-se os apelos de Zelensky à comunidade internacional. 

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