OPINIÃO

ONU contra discriminação

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O dia Internacional de Luta para Eliminação da Discriminação Racial foi instituído pela ONU – Organização das Nações Unidas, celebrado em 21 de março. A data fez referência ao massacre de Sharpeville, em Johanesburgo - África do Sul, no ano de 1960. Estabelecido o apartheid, as leis discriminatórias, reconhecendo na constituição a supremacia branca sobre negros e outras raças, a partir de 1948, os direitos de vida dos cidadãos africanos ficaram escassos. Mesmo com o resultado do censo oficial reconhecendo que a maioria da população era negra, o uso territorial era limitado, privilegiando brancos. Aspectos abomináveis sob qualquer pretexto foram estabelecidos em lei, em clara imposição de minorias nazistas e racistas. Foi imposta separação física e de ocupação dos espaços, sendo proibido aos negros frequentarem locais da sociedade, uso de locomoção, além de serem proibidos casamentos de negros com brancos. Os privilégios assegurados aos opressores resultavam cada vez mais no empobrecimento da maioria da população.

 

O massacre

E foi no dia 21 de março de 1960 que 20 mil manifestantes saíram às ruas em protesto contra a lei que limitava os lugares por onde a população negra podia circular. Foi instituído um cartão que indicava os locais por onde a população poderia andar, excluindo a aproximação das zonas ocupadas pelas elites brancas. Os manifestantes moviam-se pacificamente e desarmados. O exército, porém, atirou contra a multidão, matando 69 pessoas e ferindo 189. Mais tarde houve outros conflitos repetindo-se o banho de sangue. A luta contra o apartheid foi uma escalada de mobilização que mostrou líderes, como Olivo Combo e Steve Biko, este torturado e assassinado (1977) pelas forças do então governo sul-africano. O assunto teve repercussão mundial e discussão permanente na ONU. No Brasil, mais recentemente o senador Paulo Paim fez aprovar no Congresso Nacional a responsabilidade penal pelos crimes de racismo na internet, coibindo racismo com pena de reclusão. O grande herói e líder libertário da África do Sul, Nelson Mandela foi eleito presidente em 1994. A nova realidade social em relação aos direitos humanos determinou ciclo de desenvolvimento e prosperidade de um país que emergiu da pobreza. Como acontece nas democracias do mundo, a África do Sul enfrenta luta histórica para eliminação das diferenças sociais, para que a maioria de sua população tenha acesso aos meios de vida. O tratamento constitucional do país com igualdade racial, foi conseguido após cinquenta anos de sacrifícios da comunidade negra.

 

Cultura e caráter

São mais de 350 anos de opressão, desde o período da escravidão oficial, até as mais recentes conquistas de direitos e ruptura dos laços da submissão. Nossa nação precisa entender que a cultura viciada desde séculos, precisa mudança de consciência e caráter do ser humano. As ramificações do racismo, nazismo e tantas posturas pérfidas na raiz da cultura brasileira e do mundo, representa o atraso de justiça social e econômico. As oportunidades de cooperação entre negros e brancos, tem oferecido prosperidade. Aos que ainda vivem a depauperação de caráter, abre-se um presente de paz que pode salvar o erro da discriminação da civilização branca. A parceria social de brancos, negros e todas as referências étnicas certamente corrige paranoias e psicopatia do racismo. Todos seremos mais ricos economicamente, socialmente, esteticamente, enfim com uma saúde mental melhor, fruto da convivência partilhada.

 

Guerra mundial

A facilidade e comunicação imediata sobre os fatos da guerra na Ucrânia, além da presença de ucranianos em várias nações, tem tornado o cenário bélico a permanente preocupação dentro de todos os lares, também no Brasil. Muitas ligações afetivas entre as comunidades em guerra, russos e ucranianos, geram preocupação e desespero. A guerra já atinge a todos pelas diferentes necessidades de vida. Lembrando que também a população russa, mesmo sem concordar com ataques à Ucrânia, também sofre a dor da violência e as terríveis carências no abastecimento. Há mortes dos dois lados.

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