OPINIÃO

Conjuntura Internacional

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Enquanto a guerra da Rússia contra a Ucrânia completa praticamente um mês (esta coluna foi fechada no dia 23/03/22), o tabuleiro geopolítico mundial continua mudando de forma severa. A semana que passou certamente trará novos ingredientes à tensão entre Moscou e Kiev. De um lado, temos a visita de Biden na Europa e, do outro, a cúpula emergencial da OTAN, que se reúne em meio às tensões. Mariupol já é quase uma cidade fantasma, foi demolida próximo de sua totalidade. Enquanto os bombardeios continuam, parece que as forças terrestres estão em condição de pouco movimento operacional e as grandes cidades ucranianas ainda não foram tomadas, mas algumas porções da Ucrânia ocidental vão sendo minadas, com a clara estratégia russa de complicar o envio de armamentos ocidentais pelos países que fazem fronteira naquela região. Dois movimentos tomam destaque na semana que passa, a visita de Biden à Europa e a cúpula emergencial da OTAN.

 

Visita de Biden à Europa 

A questão é: podemos esperar alguma coisa dessa visita? Com rumo a Bruxelas, Biden se encontrará com membros da OTAN e com líderes europeus e, provavelmente, irá repetir o discurso de cooperação transatlântica e de apoio à segurança europeia. Também, tomará destaque a visita à Polônia, onde encontra o presidente Andrzej Duda, em Varsóvia. Tanto Biden como Bruxelas, até o momento, não deram qualquer suporte ao pedido de Zelensky para uma zona de exclusão aérea ou até mesmo a possibilidade de se enviar caças à Ucrânia. Os termos parecem permanecer os mesmos. Todavia, a expectativa e pressão é de que a visita, somada a cúpula emergencial da OTAN, tragam alguma novidade no cenário geopolítico, ao passo que Moscou vai declarar contrariedade com qualquer movimento adicional. No aspecto energético, a União Europeia estuda formas de complicar as exportações russas de recursos energéticos e a visita de Biden pode favorecer eventuais discussões. O que se espera, de forma mais concreta da visita, é o aprofundamento das existentes sanções econômicas, em parceria dos EUA com a Europa. O governo americano teme a possibilidade da Rússia fazer uso de armas químicas na guerra, o que seria um cenário de extrema sensibilidade. Importante mencionar que a União Europeia já aprovou o aumento de gastos militares para inclusive criar uma força de intervenção, que seria posta em prática a partir de 2025.

 

Cúpula emergencial da OTAN 

O discurso de Zelensky aos membros da OTAN na cúpula emergencial será marcado por uma série de simbolismos, ao passo que até a neutralidade por parte da Ucrânia foi posta na mesa de negociações, o que não permitiria a adesão a qualquer aliança militar. A OTAN tem sido uma variável importante desde o início da guerra. Muita expectativa está concentrada nos próximos movimentos da OTAN, ainda mais com o anúncio de envio de mais tropas à Bulgária, Hungria, Romênia e Eslováquia – o que indica a preocupação com eventuais escaladas por parte da Rússia. 


Gostou? Compartilhe