OPINIÃO

Rádio Planalto em 53 anos

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Iniciamos na primeira equipe de apresentadores, locutores, técnicos, escritório e administração da nova emissora que ia ao ar com o prefixo ZYH 211, Rádio Planalto de Passo Fundo, na frequência dos 1470 Khz. Foram três meses em caráter experimental quando as licenças do órgão oficial do governo eram liberadas pelo DENTEL, e finalmente a concessão para seu funcionamento. No dia 5 de abril de 1969, foi inaugurada a nova estação de transmissões, pelo então bispo diocesano Dom Cláudio Colling e seu diretor Pe. Paulo Augusto Farina, ambos falecidos. Até então havia duas emissoras em funcionamento: Rádio Passo Fundo, ZYH 75 e a Rádio Municipal, ZYU 38. O telefone do estúdio e redação era número – 2588. A rádio se apresentava com a potência de 5KW, projetada entre as de maior alcance do estado. Antes da formação da equipe inaugural de locutores e técnicos de som, o período de seleção repetia filas enormes de pretendentes às diversas funções, dezenas e centenas de candidatos. Vozes veteranas formaram a primeira equipe, com Francisco Delmar Kotelinski, Duarsan Bitencourt De Ávila, Carlos Weissheimer e José Ernani Almeida, todos já falecidos. Mário Rigotto e o professor Pe. Carlos Annoni Kiper, saudosos técnicos de transmissão. Carlos Kipper foi o primeiro redator-chefe, formado em jornalismo em Roma. A equipe de locutores: Francisco Kotelinski, Carlos Weissheimer, Duarsan B. De Ávila, José Ernani Almeida, Guaraci Teixeira Seben, João Antônio Reichembach da Silva, Antônio Carlos Saud, e Celestino Meneghini. Muitos nomes importantes deveriam ser citados, os quais formaram as equipes da Rádio que tomou os ares com programação musical, informação, opinião e notícia. O professor e então advogado Jesus Almeida era voz de opinião, hoje juiz aposentado. O professor de línguas, Juan Pedro Hotenstein, lembro, esteve presente nos comentários de assuntos internacionais. Talvez pela disciplina rigorosa no horário matinal e boa leitura fui escalado para o primeiro jornal falado. Madruguei e passei a repórter e redator, além de apresentador musical. As ondas da Rádio Planalto rompiam os quadrantes regionais com uma equipe de leigos comandada pelos religiosos da diocese. E, vejam só, são 53 anos de atuação permanente com equipes renovadas, rejuvenescidas na missão de informar. Cumprimentamos a todos os funcionários, dirigentes e apoiadores da Planalto, desejando sucesso nesta nobre missão. Feliz celebração de mais um aniversário.

 

Guerra mais perto

Recrudescem os combates da guerra na Ucrânia. No centro de todos os ímpetos impiedosos permanecem visíveis os interesses econômicos. A devastação de vidas civis, de uma civilização inteira de cultura, trabalho e arte é a grande dor que se alastra por toda a terra. É imperioso reconhecer que o confronto armado não é o único a assinalar o cruor da morte neste fratricídio universal. Os meios cibernéticos mostram instantaneamente o que acontece. Então, a narrativa visual e o som desesperado dos heróis e fugitivos, famílias degradadas de suas casas, arrancadas dos abrigos, demonstra que o mundo vê atônito a crueldade. Mesmo o julgamento que alguns querem apressar para responsabilizar culpados, de nada resolve neste momento. É inegável a velocidade do desenvolvimento tecnológico. As estratégias sociais ganharam aparência de avanço, mas a empatia global que chegou a ser anunciada, não existe. O filósofo Felício Mulinari, da Universidade do Espírito Santo não reconhece como natural ou genética o apreço pela guerra. Sabemos dos conflitos dialéticos da humanidade, mas o progresso científico e da comunicação já deveria ter seus efeitos de compaixão; esta sim é da natureza irreversível do ser humano. Enfim, falta o verdadeiro diálogo, caminho de esperança. É tempo de repudiar a guerra no seu ímpeto mais grave, e é preciso que seja logo, antes de condenar ou absolver responsáveis irresponsáveis. A notícia de algumas providências para evitar o desastre descontrolado nas usinas nucleares, é vista como tênue luz no fim do túnel. É possível encaminhar uma solução sem resolvermos, agora, o problema dos abastecimentos de gás e petróleo. É a compaixão com sua força imensa, que pode revestir de esperança, esse mundo que está se tornando destruição.

 

 


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