OPINIÃO

O eterno aprendiz Irineu Gehlen

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Não há melhor síntese para um homem que chegou aos 80 anos, impregnado de entusiasmo juvenil diante da vida e sem qualquer temor de ser feliz, que rotulá-lo, tal qual Gonzaguinha imortalizou em versos, de um eterno aprendiz. Afinal, “É a vida, é bonita / E é bonita.../ Viver! / E não ter a vergonha / De ser feliz / Cantar e cantar e cantar / A beleza de ser / Um eterno aprendiz...”. Eis a essência de Irineu Gehlen, o advogado de escol, cujos traços de personalidade e a trajetória de vida podem ser encontrados no livro “O bom amigo: a trajetória, o legado e os aprendizados de Irineu Gehlen nos seus 80 anos de vida”, produzido pela Raiz Biografias, com textos de Cleber Bertoncello e Cinara Bigóis, e publicado nesse começo de 2022.

Impetuoso, dinâmico, objetivo e vocacionado para o exercício da liderança. É assim que Irineu Gehlen é visto por aqueles que o conheceram nos bancos da Faculdade de Direito da Universidade de Passo Fundo, a exemplo do desembargador Jauro Von Gehlen, colega de turma, e Luiz Juarez Nogueira de Azevedo, que foi seu professor. Irineu Gehlen é, na essência da palavra, um vencedor. Atuando na área do Direito do Trabalho, especialmente, construiu um respeitável escritório de advocacia, cujas teses, que defendeu, forjaram discípulos e entraram para os anais da jurisprudência brasileira. Na vida pessoal, instituiu uma família modelar, com cinco filhos, sete netos e uma bisneta. Na atividade comunitária, teve destacada atuação política, que o levaram, além de receber o título de cidadão honorário de Passo Fundo, a ser alçado ao posto de vereador emérito. Na área cultural, presidiu a Academia Passo-Fundense de Letras por vários mandatos (anos 1990 e começo dos anos 2000). No esporte, sempre foi praticante e empreendedor (construiu um Centro Hípico). Além de ter abraçado as causas da Cruz Vermelha Brasileira e da Escola Superior de Guerra. A fidalguia e a busca da conciliação são valores, notoriamente, muito prezados por Irineu Gehlen.

A infância, no interior, forjou, em Irineu Gehlen, a formação física, psicológica e mental integrada. As dificuldades que teve de enfrentar imprimiram-lhe sentimentos de coragem, de luta, de trabalho, de vitórias, de derrotas e, principalmente, de superação. Da passagem como aluno interno no Seminário dos Capuchinhos, em Vila Flores, hauriu disciplina, religiosidade, respeito e amor à família, à pátria e a Deus. Irineu Gehlen entende que, a partir dessas experiências vividas na infância, ao aprender a lidar com dificuldades, adquiriu a sua luz própria.

Na Academia Passo-Fundense de Letras, Irineu Gehlen tomou posse no dia 07 de agosto de 1988. Na presidência do Sodalício, foi protagonista, devidamente autorizado pelos acadêmicos reunidos em assembleia, do inusitado episódio da demolição do prédio histórico, cujas paredes e teto estavam ruindo. Iniciada a derrubada, a atitude foi execrada pela imprensa e pelos defensores do patrimônio histórico. O edifício acabou tombado e a municipalidade assumiu a responsabilidade pela reconstrução, preservando a fachada do velho casarão da Avenida Brasil 792. O próprio Irineu, em novo mandato de presidente da agremiação, reinauguraria a sede, no dia 7 de abril de 2002.

A proximidade dos filhos e a busca por qualidade de vida levaram Irineu Gehlen para o litoral catarinense, embora mantenha escritório em Passo Fundo. E foi em Porto Belo, ao lado do mar, que Irineu Gehlen, no seu estilo peculiar, confessa ter aprendido a grandeza da humildade. “Vendo o mar todos os dias senti a razão da sua majestade. Percebi que ele é o símbolo da humildade. Por quê? – Sim, porque ele soube se colocar abaixo dos rios e assim se tornou grandioso. Inegável a lição de vida. Observei, também, que o rio depois de percorrer distâncias infinitas e passar por obstáculos imensos, chega ao mar, entristece e proclama seu fim. Ledo engano, ao despejar suas águas ao mar torna-se um gigante e vira mar. Assim somos nós, desde o nascimento até a morte. Se tivermos uma vida fecunda e voltada ao bem comum, nos tornaremos um majestoso mar”. Eis a lição do eterno aprendiz!

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