Versos sem controversos
Falamos mais do que escrevemos. Consequentemente, ouvimos mais do que lemos. É assim que vivemos coletivamente. Temos a nossa sociedade que fatiamos em turmas. E quando vivemos num mesmo lugar, a gente diz que conhece bem os índios da tribo. Essa é a nossa turma, com quem necessitamos interagir. Isso significa conversar para mantermo-nos sociáveis. Para que exista um diálogo é imprescindível que os participantes ouçam e falem. É a velha prosa, onde bocas e ouvidos atuam simultaneamente para uma salutar troca de ideias. Mas, infelizmente, nos últimos tempos o monólogo está engolindo o diálogo e agora as palavras têm sentido único. E sem um caminho duplo é impossível a troca de ideias. O verso sem o controverso transforma-se na solidão de um pensamento no vácuo.
Pelos zumbidos que ouço por aí, noto que o palavreado tem o invólucro do tom prepotente. Um timbre tão ameaçador que exige cautela para que a interatividade sobreviva. Mas, de fato, o correto nos diálogos é a exposição de posições, justificar com racionalidade e permitir o contraditório. A argumentação é fundamental. O problema é quando não permitem a argumentação. E tudo em tom prepotente, dizendo que é assim e está acabado. Há um obscuro modismo sufocando o diálogo e cada vez mais as pessoas falam menos. Pouco ou nada leem. Mas, como se agissem por instinto, automaticamente repassam as mais absurdas mensagens. A verborragia já não saltita mais de bocas para ouvidos pela cidade. A cultura oral está sendo amordaçada para sufocar o diálogo. E sem diálogo vamos perdendo fragmentos da nossa racionalidade.
Gurizada
O recesso sanitário imobilizou o jovem elenco da Mesa Um. Nas últimas semanas, depois do almoço a turma está marcando presença no Bar Oásis. Recentemente, bateram o ponto Aldo Battisti, Tadeu ‘Vaca’ Lamaison, Carlos Mader, Juarez Azevedo, Wiss Gabriel, Charles ‘Balão’ Martin, Júlio Henrique ‘Mumu’ da Costa, Ênio ‘Xó’ Gava e outros de igual ou maior quilate. Após ouvir as bases, Battisti já encaminha a realização da próxima assembleia festiva. Já teria data e até local reservado. Falta, porém, a confirmação do paraninfo para oficializar as convocações. A turma está ansiosa. Mas, ao que parece, a retomada será em grande estilo.
Plaquinha
No cruzamento das avenidas Brasil com General Netto, bem em frente ao Clube Comercial, está falto uma plaquinha de trânsito. É no sentido Boqueirão-Petrópolis, indicando a proibição de retorno à esquerda. Aliás, é entre esses canteiros que os veículos ingressam na General Netto ou fazem retorno no sentido contrário. A sinalização poderá evitar acidentes.
Caminhonetes
Pois o cara daquela conhecida caminhonete barulhenta continua circulando livremente. E, obviamente, fazendo muito barulho. Até parece que conta com alguma espécie de indulto preventivo, pois abusa nas aceleradas e no espocar das reduções. Mas não está sozinho. As caminhonetes, outrora apenas veículos utilitários, agora também assumem a cumplicidade com a poluição sonora. Algumas que circulam por Passo Fundo, além das descargas barulhentas, também detonam ruídos nauseantes em equipamentos de som. O pior que devem pensar que aquilo é música. Gente de sorte, pois, ao que parece, nunca cruzaram com a fiscalização.
Máscara
Nunca fui mascarado, porque a minha bolinha é uma vergonha para o futebol. Mas continuo utilizando a máscara de proteção. Só não entendo por que isso irrita algumas pessoas? Ora, não estou prejudicando ninguém. Ao contrário, além da proteção recíproca, também ajudo a cadeia econômica desde a matéria prima até a venda final.
Estouro
Seria um grande escândalo ou apenas mais uma falcatrua? Com certeza, é mais um rolo que está sendo enrolado. Os curiosos de plantão estão loucos para saber quem está emaranhado. Calma. Tudo ao seu tempo. Até porque rolo é rolo.
Trilha sonora
Música alegre, triste, embalada ou romântica? Apenas música!