OPINIÃO

Visita ad Limina

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Os bispos do Brasil estão realizando a Visita Ad Limina Apostolorum, traduzindo significa – Visita ao limiar dos Apóstolos, pois os bispos vão em peregrinação ao túmulo dos Apóstolos São Pedro e São Paulo e se encontrar com o sucessor de Pedro, o Papa. Devido ao número de bispos brasileiros, atualmente são 317 titulares e 161 eméritos, eles são divididos em grupos de acordo com os Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB. O Regional Sul 3 da CNBB realiza a Visita ad limina nos dias 02 a 05 de maio. A visita estava prevista para março de 2020, mas foi adiada devido a pandemia da covid.

A programação da Visita ad limina se desenvolve em três momentos fundamentais. Em primeiro lugar é uma peregrinação ao túmulo dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, colunas da Igreja, junto ao qual é celebrada a Santa Eucaristia para solidificar a comunhão e a fé. O testemunho de fé até o martírio, destes apóstolos, fortalece os bispos e os recorda que são sucessores dos apóstolos.

O segundo momento marcante é o encontro pessoal com o sucessor de São Pedro, hoje o Papa Francisco. É uma oportunidade para o Papa dirigir-se diretamente aos bispos e os bispos ao papa, pois juntos formam o Colégio Episcopal. A marca deste encontro é a partilha fraterna de vida e da missão episcopal. É um encontro pessoal. Juntos, o papa e os bispos, são corresponsáveis pela missão evangelizadora da Igreja. 

O terceiro compromisso é o contato com os Dicastérios da Cúria Romana que são órgãos da Igreja que ajudam diretamente o governo do Papa. A visita aos Dicastérios permite aos bispos conhecerem melhor a estrutura organizativa da Igreja dos quais recebem orientações pastorais e administravas para as dioceses que dirigem. 

Desde o começo os cristãos têm consciência que precisam manter a unidade da Igreja, pois foi um desejo expresso de Jesus Cristo. A Igreja católica tem unidade na fé, nos sacramentos e na estrutura organizativa. Para manter e cultivar a unidade e a comunhão se faz necessário usar meios. As visitas ad limina são um destes meios e fazem parte da longa tradição da Igreja. Estão prescritas para serem realizadas a cada cinco anos, se for possível.

O Diretório para o Ministério Pastoral dos Bispos ensina: A colegialidade afetiva faz do Bispo um homem que jamais está só porque sempre e continuamente está com os seus irmãos no episcopado e com aquele que o Senhor escolheu como sucessor de Pedro. A colegialidade afetiva se exprime como colegialidade efetiva no Concílio Ecumênico, no Sínodo dos Bispos, nas Conferência episcopais, na visita ad limina.

Portanto, a Visita ad limina, não pode ser entendida como um simples ato jurídico-administrativo, uma obrigação, uma prestação de contas. Ela na verdade ela “é um ato que todo o Bispo cumpre para o bem de sua própria diocese e de toda a Igreja, para favorecer a unidade, a caridade, a solidariedade na fé e no apostolado” (Diretório para a Visita ad limina).

A Visita ad limina é necessária também para o Papa Francisco. No encontro direto com os bispos do mundo inteiro ele tem informações diretas, verdadeiras e resumidas da situação da Igreja, da situação social e econômica dos países do mundo. Permite-lhe uma visão real da situação concreta da vida cotidiana da Igreja e, a partir daí discernir as suas orientações pastorais.

No encontro com Papa cada bispo reafirma a sua corresponsabilidade com ele na evangelização. O bispo vai em seu nome e também representa a sua diocese. Além do bispo reafirmar a unidade com o papa e com toda Igreja, através do bispo diocesano os católicos da diocese também reafirmam a unidade com o papa e com toda a Igreja. 

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