OPINIÃO

Conjuntura Internacional

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Em sua primeira visita presidencial à Ásia, Biden buscou conversações com seus principais aliados na região, o Japão e a Coréia do Sul. Chamou a atenção também a sua manifestação sobre a tensa relação entre China e Taiwan, informando que os EUA poderiam apoiar militarmente a ilha, por mais que a Casa Branca afirme que mantém a política conhecida da “ambiguidade estratégica”, em relação a Taiwan. A visita de Biden, neste momento, carrega forte simbolismo, principalmente na conjuntura da guerra russa contra a Ucrânia e o posicionamento ambíguo da China. Tomou destaque também a ideia de Biden em reforçar uma estrutura econômica na região indo-pacífica, para diminuir a influência econômica da China, em decorrência de fortes críticas pelo viés mais militar dos EUA naquela porção geopolítica. Assim, Biden tenta criar uma estratégia orientada à questão econômica, para tentar frenar os apetites chineses, em janela já tardia, pois, a China vem criando uma estrutura de dependência econômica na região, de forma concreta e estruturada e a ideia de Biden ainda resta no papel.

 

Quad 

Outro destaque foi a ampliação do diálogo de segurança quadrilateral (Quad, do inglês), que envolve os EUA, a Austrália, o Japão e a Índia. A aliança militar é fortemente criticada pela China, que a vê como uma espécie de OTAN na região. A defesa do diálogo falou abertamente da integralidade do território ucraniano e na estabilidade da região indo-pacífica, em meio a tensões crescentes com a China, no aspecto marítimo e com Taiwan. A ideia das potências do Quad é a de conter o avanço chinês na região. Dentro do aspecto geopolítico, Biden também fez considerações sobre as tensões no Mar do Sul da China, em meio a exercícios militares americanos nesse mar.

 

Taiwan 

Um dos pontos centrais da visita foi Taiwan. Alertamos aqui na coluna uma série de vezes sobre a tensão que se avizinha entre a ilha e a China. Desde a invasão russa na Ucrânia, abriu-se ainda mais a possibilidade de ação similar por parte da China contra Taiwan. Nos últimos meses os exercícios militares e as invasões no espaço aéreo da ilha acumularam. Biden afirmou que os EUA interviriam militarmente caso a China invista contra Taiwan, quebrando a política da “ambiguidade estratégica” de Washington em relação ao tema, que, como diz o nome, não tinha posição firme sobre os passos que seriam tomados pelos EUA em caso de conflito entre China e Taiwan. Do ponto de vista diplomático e da atual conjuntura, a afirmação é mais uma escorregada séria da política externa de Biden, que vem acumulando desastres, um atrás do outro. Todavia, ainda parece remoto o cenário de uma anexação de Taiwan por parte da China, a começar pelo desdobramento da presente conjuntura. Não parece ser do interesse da China, neste momento, tornar-se mais um epicentro de conflito global, em meio às tensões das potências ocidentais com a Rússia. Em caso de intervenção, Taiwan teria uma relativa capacidade de resposta e resistência e o apoio das potências ocidentais. O exército de Beijing é muito maior que o de Taipei, mesmo assim, qualquer ação por parte da China demandaria tempo, estratégia e recursos, elementos que podem postergar a eventual intenção chinesa. 

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