OPINIÃO

Teclando - 01/06/2022

A catraca dos terráqueos

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A catraca dos terráqueos

Os erros se multiplicam, mas têm início no desrespeito à legalidade. Apenas um gesto ilegal pode ser a chave para a abertura da porta dos descaminhos. Um exemplo deste efeito cascata é o que ocorre com as passaginhas de ônibus nas ruas de Passo Fundo. Se algum não-terráqueo aportar por aqui, sairá convicto de que as passagens podem ser adquiridas legalmente nas ruas, mercados e bodegas da vida. Mais. Levará para a sua galáxia a informação de que, além de cédulas, moedas e cartões, por aqui as fichas do transporte também são usadas como dinheiro. Isso é o que ocorre na prática, mas, legalmente, não pode ser assim. E tudo começa com o recebimento do vale-transporte, quando o trabalhador assina um recibo onde consta que utilizará as passagens para seu próprio deslocamento entre casa e trabalho. Ou seja, nessa história há direitos e obrigações das duas partes. Tanto que o empregador é obrigado a disponibilizar as passagens, enquanto o beneficiário não pode utilizar indevidamente o vale-transporte. Mas, na prática, os princípios evaporam e todos querem levar vantagem, voltando a vigorar a famigerada Lei de Gérson.

Ora, quem não utiliza coloca o seu pacotinho de vale-transporte no mercado. Paga compras ou vende suas fichinhas no próspero comércio ilegal de passagens urbanas. Nos moldes de moeda estrangeira, há cotação balizando valores para compra e venda. Existem estabelecimentos comerciais com cartazes anunciando essa cotação. Um comércio que está nas paradas de ônibus e nas redes sociais. Na clientela da ilegalidade estão muitos empresários que se autointitulam como ‘cidadãos de bem’. Enfim, essa prática sufoca os bons princípios que criaram o vale-transporte. Pesa para quem adquiriu legalmente as passagens e lesa as catracas das concessionárias. Assim, em consequência paralela, há descontentamento com as tarifas ou salários do segmento. Então, há um erro que é a ponta de um iceberg que pesa sobre toda coletividade. Ora, se vivemos numa sociedade regrada por normas, o descumprimento aos preceitos legais é sinal aberto para outras condutas inadequadas. E a culpa é dos próprios terráqueos.

Trem

Por enquanto, em Passo Fundo estamos com asas limitadas para voos restritos. As estradas, quando não em obras, estão com movimento assustador. Difícil viajar por terra ou pelo ar. Então, noite dessas, escutei o apito do trem. Imediatamente, lembrei-me do Trem Húngaro que teve efêmera utilização entre Passo Fundo e Porto Alegre. Era moderno, confortável e oferecia uma paisagem cinematográfica. Foi por apenas alguns meses, mas de passagem marcante para nossa memória. E olha que já faz mais de 40 anos! Aeroporto com péssima localização entre ventos e neblinas e rodovias problemáticas. Transporte fluvial, dando uma espiada no mapa, parece inviável. E o transporte ferroviário de passageiros? Acho que ainda podemos sonhar sem sair dos trilhos.

Quarta do Só

Enquanto as promoções viraram rotina no dia a dia, há promoções rotineiras que ficaram tradicionais. Em duas quartas-feiras, perguntei à atendente de caixa do Mercadão do Esquilo o motivo de tanto movimento. A resposta foi “é a Quarta do Só”. Repeti a pergunta no Bourbon e obtive a mesma resposta. Agora, nas quartas-feiras confiro as promoções nas páginas de O Nacional (hoje estão na página 5). E não é apenas aquilo que está publicado, pois o leque da promoção é bem mais abrangente. Assim, constato a importância do anúncio impresso e como as ofertas costumeiras fazem parte do nosso cotidiano. E, como hoje é quarta-feira, não podemos nos esquecer que tem Quarta do Só.

Bar Oásis

O estouro previsto ricocheteia entre as paredes do Bar Oásis. Na Mesa Um o mais ansioso pela novidade é Carlos Mader, que chega a coçar a nuca esperando pelo escândalo. Calma. Esse tipo de “efeméride” não tem data marcada. Em tempo: Mader, não esqueça de deixar pago aquele prometido café. Depois a Nina me avisa. Obrigado.

Trilha sonora

Herb Alpert - Route 101


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