OPINIÃO

Muitas armas, pouco afeto

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O barbarismo solto em diferentes locais dos EUA com atentados inexplicáveis e imprevisíveis, desafia a mais aparelhada estrutura de segurança mundial. A matança, neste ano, já acumula mais de 200 tiroteios em massa. O massacre atinge escolas e estabelecimentos em pleno dia. No último sábado foram três mortos e 14 feridos na Filadélfia, Pensilvânia, depois de um mês de maio sangrento. São tantos os atentados que já não se fala mais em fato imprevisível, pois suas origens são absolutamente alheias aos focos de rivalidade ou conhecidos ódios acendrados entre grupos sociais. Os acontecimentos surpreendem a todos os métodos preventivos por que surgem em concentração de pessoas indefesas como é o caso dos colégios e estabelecimentos comerciais. A falta de valores, afeto mínimo, no seio familiar, vizinhos ou comunidade escolar, são fatores apontados como causas dos desatinos. A psiquiatria certamente saberá analisar o crescimento de uma geração que não é capaz de suportar rejeições na sociabilização, além da banalização do uso de tóxico. Ao mesmo tempo, no entanto, o interesse econômico do acesso a armas, erigiu-se cultura na via consumista como galardão de afirmação pessoal, machista e ilusão de condição de defesa. Os marqueteiros conseguiram consagrar na mente coletiva o status conferido pela posse de arma. Certamente estamos vivenciando uma geração aturdida pela ideia atrofiada de estabilidade, longe do espírito de luta pela vida, apresentando a noção de poder na prepotência armada. Fabricantes de armas e munição lucram muito com isso. O presidente dos EUA lidera movimento para reduzir a licenciosidade dos armamentos. A regulamentação proposta vem batendo de frente com o interesse econômica da produção de armas cada vez mais mortais, para o fascínio do desequilíbrio de uma geração que mora num país rico e mórbido. As barreiras para se alcançar o bom senso na maior democracia do mundo dificilmente serão vencidas. A cultura da afetividade, da paz nos relacionamentos está cada vez pior. A ânsia do equilíbrio da sociedade sem aceno para ódio e irracionalidade é preocupação diante do que já se prenuncia o descalabro.


 Os simulacros

A preocupação a título de orientação social de governo, para promover a paz social seria obviamente no maior apreço à educação, nutrição, moradia e saúde. A ênfase do governo Bolsonaro tem sido liberação de armas. Os pressupostos de segurança mencionados pelas políticas consequentes foram abandonados. O fortalecimento do crime organizado é contemplado pelo uso de armas, facilitado pela onda legal e traficância. Nem mesmo as comunidades pobres, mais carentes de segurança têm acesso a armamentos. Milicianos e poder do tráfico de drogas são cada vez mais intocáveis. Em meio à farsa de empoderamento do cidadão, somos o pior simulacro do perigoso quadro que afeta os americanos.


PL do veneno

O esforço desesperado do governo em atender seu apoio eleitoral está levando a ações prejudiciais ao meio ambiente. Alinhado com a bancada ruralista, o presidente do Senado determinou que o PL liberatório de agrotóxicos seja apressado. A matéria será apreciada apenas por comissão liderada por ruralistas. A pauta do agronegócio não é prioridade para o bem estar da nação. Por isso é conhecida como PL do Veneno, com a finalidade de liberar produtos de alto questionamento em relação ao meio ambiente. A história de “passar a boiada” continua.


Eletrobras

É hora de prestar atenção no embargo judicial à venda da Eletrobras. A coisa não é tão simples, no afã governista de arrecadar recurso num ano eleitoral. Agora que a Petrobras está na mira é bom discutir bem o assunto. Nada garante que será reduzida a inflação brasileira. Isso não se dá com passe de mágica, apenas passando a boiada.


Igualdade

A sociedade civil está mostrando valores importantes que na luta contra o racismo. Os canais de comunicação projetam o sentido da igualdade racial como missão jornalística. A seriedade na informação mobiliza e tem a capacidade de transformação, para um momento mais feliz para todos nós.  

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