OPINIÃO

Teclando - 08/06/2022

Bons tempos

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Bons tempos

Seguidamente falamos ou ouvimos a expressão bons tempos. Ah, até suspiramos para dizer como eram bons aqueles tempos... E, assim, expressamos saudade ou resgatamos boas lembranças. Mas isso não é apenas por nostalgia ou saudosismo excessivo. Somos racionais e muitas vezes as tristezas do presente nos obrigam a olhar para o passado. Hoje vivemos a manipulação onde a cruz das marionetes foi substituída pelo smartphone. Há um clima pesado no ar e sem aeroporto para pousar. As hostilidades e censuras por patrulhamentos nos fazem dar uma espiada no retrovisor. Então, em rápido paralelo, recordamos como eram bons aqueles tempos em que podíamos pensar e expressar os nossos pensamentos sem intromissões grotescas e unilaterais. Bons tempos em que os xaropes ficavam apenas nas prateleiras das farmácias. Bons tempos em que havia a troca de ideias e os debates eram indispensáveis. Bons tempos em que era possível caminhar pelas calçadas sem obstáculos. Bons tempos em que a mitologia era apenas uma crença grega. Bons tempos em que ligávamos o rádio e escutávamos músicas e a música era apenas arte e não para fazer arte.

Bons tempos em que as azeitonas ficavam em conserva e as borboletas voavam livres entre as flores nos campos. Bons tempos em que os bons exemplos vinham de cima. Bons tempos em que semitonados eram apenas desafinados. Bons tempos em que prevalecia a racionalidade, a pesquisa era incentivada e o conhecimento enaltecido. Bons tempos em que o Brizola construía centenas de escolas. Bons tempos em que a gasolina da Shell era bem mais barata do que o perfume da Chanel. Bons tempos em que os estados de espírito eram, literalmente, desarmados. Bons tempos em que a Terra era apenas uma bola, o Grêmio imortal e o Gaúcho imbatível no Wolmar Salton. Bons tempos em que as pessoas transbordavam cortesia e distribuíam sorrisos. Bons tempos em que o sigilo era apenas entre quatro paredes e a verdade para a eternidade. Bons tempos em que cruzávamos olhares e sorrisos pelas ruas. Bons tempos em que sonhávamos com um futuro para nunca mais olhar para trás. Bons tempos!

Estouro

Não sei se é apenas por curiosidade ou pelo espírito de abutre da turma. O pessoal quer saber mais detalhes sobre o anunciado escândalo. Então, repito: não tem data prevista, até porque só temos explosões programadas na duplicação da 386. Fora disso, os estopins ficam camuflados até o momento mais oportuno. Nos últimos dias mais um fato estranho ampliou o poder explosivo. Mas ainda falta aquela fagulha detonante.

Aleluia

Incrédulos, crentes e outros semoventes, acreditem! Carlos Mader pagou o meu café no Oásis. Não apenas pagou como deixou bem claro que havia testemunhas de tão bondoso e inacreditável gesto. Para pagar tão antiga promessa, chamou a Nina e quitou antecipadamente. Então, em ato expresso, o espresso já chegou à mesa devidamente pago. Aliás, o fato pautou as conversas da Mesa Um por alguns dias. Obrigado, Mader, sua curiosidade o deixa muito generoso.

Sedimentação

Fatos isolados pouco representam. Porém, quando agregados, podem ter um significado bem maior. Com o tempo esses fatos passam e acabam esquecidos no fundo do poço. Porém, como partículas, podem sedimentar e transformar-se em algo maior. A sedimentação dos fragmentos é um desenho da realidade. Unindo pontinhos da memória podemos decantar a imagem que está no fundo poço.

Tempo

Por aqui, a chuva deu uma pausa e logo os varais estavam repletos de roupas. Depois de uma estiagem, nos últimos dias tivemos muita água. Bom para recuperar reservatórios e molhar as lavouras. Pena que os excessos também têm tristes consequências como, agora, provocando uma tragédia no Nordeste. Com água não se brinca. O ditado é antigo, mas pouco fazemos para nos precaver.

Trilha sonora

De João de Aquino e Paulo César Pinheiro: Marisa – Viagem

 

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