A onda de terror contra o trabalho obstinadamente devotado à preservação ambiental e da vida dos indígenas, ou comunidades dedicadas ao extrativismo, agrava a vergonha da nação. A ação devastadora e criminosa contra o meio ambiente persegue e mata habitantes guardiões de nossa terra, matas e rios. Grupos invasores ligados à mineração clandestina e extração de madeira das nossas reservas florestais surgem fortalecidos pela omissão do estado. O sinistro desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês, Dom Phillips, apontam para o descalabro do crime de tocaia. Ambos partilhavam de investigações e movimento de defesa de habitantes indígenas no Vale do Javari. Bruno foi exonerado da FUNAI, depois de reprimir administrativamente invasores ilegais. A violência contra a obra de defesa dos nativos e comunidades que sobrevivem pacificamente com os recursos naturais atinge limites intoleráveis. O crime organizado não só destrói a natureza e fontes de sobrevivência dos povos da Amazônia, mas se alia ao tráfico internacional de drogas. A autonomia dos brasileiros que sobrevivem e velam pelos recursos naturais está em perigo permanente. O desaparecimento de Dom Philips e Bruno Pereira, é observado como ápice de uma situação caótica de segurança nacional. O crime organizado está mais poderoso e cruel do que aparenta, como revela o repúdio que ganha manchetes mundiais. E o presidente brasileiro chega ao desplante de minimizar a gravidade dos fatos atribuindo culpa aos ambientalistas por imprudência. Lamentável! As pressões veiculadas na mídia internacional e da imprensa brasileira obrigaram à investigação sobre suspeitas de possível crime hediondo. Já era tênue a esperança de que os desaparecidos fossem encontrados com vida, mas já são apontados suspeitos da autoria da violência. A polícia federal está enfrentando os meandros da investigação e a própria letargia omissiva do governo. O jornalismo e a defesa ambiental, de qualquer forma já estão enlutados. A atuação de alto valor comunitário do jornalista inglês e do ambientalista brasileiro sofria ameaças de morte há mais tempo. E o dia amanheceu muito triste com a notícia de que os corpos dos nossos anjos da guarda da vida ambiental foram encontrados na mata. Quanta dor e angústia. O martírio de pessoas tão generosas devotadas ao bem certamente suscita justa indignação contra a atrocidade e a omissão oficial.
A história de um Marco
O empresário Marco Stefani lançou seu livro narrando preciosidades de uma era recente. Os registros históricos onde é protagonista real carrega narrativa de uma vivência de luta, conquistas e sofrimentos, com referências ligadas à jornada de muitas pessoas. As revelações trazidas à transparência da publicação é um resgate que toca imediatamente a realidade de raiz, palpitante na jornada dos desbravadores desta virada de século. A linguagem simples e direta, com ilustrações de fotos plenas de significado expressam valores que reconhecemos. As peculiaridades narradas formam documentário ancorado na vida do Marco com edificante vivência familiar e incontestável participação de uma inteligência amplamente participativa na comunidade. É empolgante história de um líder formidável que sobrepôs amarguras da vida sem perder esperança e fé, na humanidade e na divindade, partilhando generosamente sua existência. Lembranças comoventes em cada capítulo. Exemplo de crença no trabalho digno, Marco Stefani produz um presente literário, com seu livro, estímulo a todos os que almejam o sucesso, em escalas diferentes, mas sempre possível. A produção literária de nossa terra está mais rica com A História de Um Marco.
Energia boa
De quando em vez nos deparamos com pessoas de força e energia, capazes de nos inspirar na jornada. São existências que fazem o bem e nos encorajam. O afeto que tanto procuramos na convivência humana vem nos surpreender com o dom da compreensão mútua e valores da vida. O sábio Terencio resume esse poder maravilhoso das pessoas ao se referir a um ser humano admirável pelo saber útil: “Nunquan accendo ad te, quin abeam doctior” (nunca me retiro de tua presença sem que me sinta mais sábio). A sabedoria da vida é muito dos bons relacionamentos.