O Old Parr derreteu o gelo
Quando nos aproximamos dos 97 anos de O Nacional, algumas lembranças atiçam a minha memória. A primeira é de 1979 quando, recém-chegado em Passo Fundo, fui convocado pelo redator-chefe da Rádio Planalto para uma visita ao Jornal. Caprichei na indumentária com uma blusa de gola olímpica e um blazer por cima. Assim, na companhia do Guaraci Teixeira, marquei presença nos 54 anos de O Nacional. Ali, conheci importantes figuras reunidas por Múcio de Castro e muitos colegas da imprensa. Certamente, foi o meu debut no meio jornalístico passo-fundense. No ano seguinte, reformulamos a Delegacia do Sindicato dos Radialistas do RS em Passo Fundo. Então virei nome de consenso para liderar a nova diretoria. Mas isso ainda não seria o suficiente sem o beneplácito de Múcio de Castro que, mesmo sem ligação direta com rádio e televisão, era o fiel da balança. Ele agia como um filtro para evitar degradações na imprensa. Assim, levado pelas mãos do Meneghini, entrei naquela sala que representava o poder de decisão e gaguejei algumas palavras.
Seu Múcio, muito cordial, me ofereceu um Old Parr on the rocks. O gelo derreteu, parei de tremer e ganhei fôlego para um rápido bate-papo. Sorrisos na saída e visitei a redação ainda sem um veredito formal. Então soube que o Old Parr, seu uísque predileto, tinha o significado de aprovação total. Ufa. No dia seguinte O Nacional publicou uma nota sobre a entidade dos radialistas. Mais do que um apoio, recebi naquele gesto um incentivo para a vida profissional. Em seguida, tive o privilégio de ouvir muitas vezes as suas palavras que oscilavam harmonicamente entre a incisiva seriedade e as mais finas ironias. Assim, com bom-humor, navegava com rumo próprio em plena ditadura. Mas, rapidamente, o Seu Múcio nos deixou. Pouco depois, desta vez pelas mãos do Santarém, voltei àquela mesma sala e o papo foi com Múcio Filho. Saí dali direto para a redação. Porém, desta vez foi para arregaçar as mangas diante de uma Remington Rand e trabalhar.
Faixa de insegurança
A faixa de segurança é bem mais do que uma pintura zebrada no asfalto. É indicativo de passagem de pedestres e, ainda, um ponto para avaliar como anda a educação das pessoas. Aqui em Passo Fundo, pelo que observo, parece que os níveis de conduta social estão despencando. É triste. Mas é isso o que observamos diariamente. Esta semana, após um caminhão e um automóvel pararem para a passagem dos pedestres, quase fui atropelado por uma motocicleta. E, como na outra ponta da quadra, a sinaleira estava fechada, não havia motivo para tanta pressa. Situação um pouco pior ocorreu com uma senhora que carregava uma criança no colo. Desta vez pararam uma moto e um carro. Mas o malando da caminhonete pisou fundo, buzinou e passou raspando. E cheio de razão. Isso é o que podemos rotular de grossura explícita ou ignorância implícita?
República de bananas
Em recente entrevista, o presidenciável Ciro Gomes utilizou a expressão “república de bananas” para exemplificar sobre uma conduta antidemocrática. Os mais jovens não entenderam muito, pois poucos conhecem o significado deste velho rótulo. Podemos interpretar “república de bananas” como uma republiqueta latino-americana da velha escola, repleta de golpes, mandos, desmandos e abusos. Portanto, é utilizada de forma pejorativa, rodada em filmes tendo como cenário países da América Latina e Caribe. Porém, o termo foi lançado pelo escritor William Sydney Porter no conto O Almirante, em 1904. Depois disso, tudo são apenas meras semelhanças. Nas telas e na vida.
Novidades
Quando em viagem, admiramos as novidades que encontramos nas grandes cidades. Especialmente nos shoppings centers, aproveitamos para comprar aquilo que não encontramos por aqui. Porém, além do forte comércio local, Passo Fundo está recebendo grandes marcas ou grifes famosas. Agora, é a Mr. Cat que desembarca no Passo Fundo Shopping. Mais um atrativo que Passo Fundo oferece para a região.
Trilha sonora
Lani Hall e Herb Alpert - Come What May
