OPINIÃO

Teclando - 29/06/2022

A minha pesquisa

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A minha pesquisa

Os nossos sentidos são os scaners mais eficazes para ler as barras comportamentais dos seres ditos humanos. Nesse caso, até podemos deixar de lado o tato e o paladar. Inicialmente, usando a visão, a audição e o olfato, já temos um amplo diagnóstico do meio em que vivemos. Um pouco de anamnese pode auxiliar na interpretação dessa leitura coletiva. Na minha análise, Passo Fundo é o local da amostragem, pois aqui está aquilo que vejo, ouço e respiro. A coleta é simples e não há preocupação com margem de erro. A metodologia utilizada é a mais pura obviedade. Basta, olhar, ouvir e sentir o que está no ar e temos um retrato desta cidade cosmopolita que, com pequenas variações, tem equivalência estadual e nacional.

Nessa pesquisa espontânea, observem se as pessoas separam o lixo direitinho e depositam em local adequado. Uma rápida espiada no interior dos contêineres, e a mistura comprova que no quesito educação a turma anda muito mal. Dei uma paradinha para atravessar o trevo de acesso à Cohab II Secchi. Mais uma vez constatei que os motoristas não respeitam a sinalização e fazem o retorno ali mesmo, apesar da bem colocada placa que proíbe a manobra. E, pelo suposto perfil social dos infratores, parece que pregam a probidade, mas não respeitam as leis.

Onde aumenta a concentração demográfica as respostam têm peso maior. No centro, basta uma olhada nas calçadas obstruídas para perceber que a preocupação com o próprio umbigo é muito forte. Então, acionando narinas e tímpanos, completamos a coleta de dados. Barulho do som automotivo, alto-falantes nas lojas e veículos com descarga aberta machucam a audição. E, nesse mesmo clima, torcemos o nariz para o fedor de fritura da pastelaria. A interpretação é óbvia: não há respeito ao ambiente em que vivemos. Dados coletados, tabulados e o resultado da pesquisa aponta que a educação está em baixa e o egoísmo em alta. Eu acredito na pesquisa. Até porque, a humanidade é mensurada pelo que faz. Com ou sem margens de erros.

Notícias

Dizem que notícia ruim anda a jato, enquanto as más chegam de carroça. É bem verdade. Não pela origem e nem pela elaboração dessas notas. Isso acontece pela facilidade na propagação da desgraça. Há, também, um desprezo por novidades positivas. Notícia boa demora para chegar no topo, enquanto a ruim vem rolando morro abaixo. Então, quando há uma informação desagradável, não podemos nos esquecer que a sua propagação será geométrica. Boa ou ruim, a informação tem origem e fato ou personagem gerador. Quando tratada com profissionalismo, não será distorcida. Isso, é claro, sobre informação. Mentiras grotescas repassadas em grupos tem outro nome: crime!

Estouro

Basta falar em desgraça que ficam todos ouriçados. Mas a turma está mesmo mais para abutre do que para ouriço. Sim, todos querem saber sobre o prognóstico de um grande estouro por essas bandas. É difícil detalhar. O que se sabe é que vai explodir. Um fato recente pode postergar um pouquinho a explosão. Mas, assim como uma mola comprimida, o impacto será ainda maior.

Neblina

Entre dias úmidos e cinzentos, a neblina cobriu Passo Fundo. Teve momentos em que o fog das ruas passo-fundenses deixou a fleuma londrina no chinelo. Aliás, por exigência geográfica, colocou nas alpargatas. Então, aproveitando a baixa camada reinante, foi fácil constatar que a visibilidade vertical fica prejudicada. Olhando para um prédio alto, a parte superior ficava dentro das nuvens enquanto a parte de baixo ainda era visível. Isso comprova que a camada atinge primeiro os locais mais altos. Ora, com base nisso, você construiria um aeroporto no ponto mais alto ou no mais baixo?

Pragas tecnológicas

Tecnologia ajuda. Mas também atrapalha. Na era dos smartphones, não sei o que é mais incômodo: as ligações spam ou as fakenews?

Trilha sonora

Dire Straits e Eric Clapton - Sultans Of Swing


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