Embora estejamos vivendo um momento delicado econômica e politicamente, o mercado imobiliário tem se demonstrado estável nos últimos três anos e ao que tudo indica a tendência é se manter assim, pelo menos até o final deste ano. Em uma pesquisa realizada pela Cooperando em junho de 2022, aqui mesmo em Passo Fundo, o número de pessoas que realizou a compra de um imóvel foi de 10% do universo total da pesquisa, um pequeno aumento de 0,6% em relação ao ano de 2019 quando a pesquisa foi aplicada pela primeira vez, isso indica e corrobora com a ideia de estabilidade, o que é uma excelente notícia levando em conta todo o cenário pandêmico pelo qual passamos. Esse leve aumento indica que as pessoas não se intimidaram e persistiram no sonho de adquirir o imóvel próprio.
O que predomina nessa procura é a aquisição para moradia, pessoas a procura do primeiro imóvel, ou que querem dar um upgrade na situação atual, no entanto há uma variação de um pouco mais de 2% na procura por imóvel para investimento, que passou de 12,5% na última pesquisa, para 14,6% neste ano. Olhando para o cenário econômico, essa variação de 2% pode ser explicada pela confiança que o mercado imobiliário passa ao investidor, em momentos de bonança arrisca-se um pouco mais, aplicando na bolsa ou em taxas variáveis, já em momentos de instabilidade o mercado imobiliário é uma alternativa segura e rentável diante de outros formas de investimento como a poupança.
A pesquisa ainda demonstra uma mudança no perfil de imóvel comprado, os usados passaram a ser os mais procurados de 42,5% em 2019 e passaram a 53, 7% em 2022. Aqui podemos sentir um pouco como a inflação vem pesando na construção civil, a alta do INCC que acumula 7,20% no ano se expressa num leve aumento no valor de imóveis novos, favorecendo os usados. Isso não deve ser um motivo de preocupação, o mercado irá regular os preços de modo que os usados recebam a valorização necessária segurando os preços novos num patamar adequado. Outro aviso que essa tendência indica é de que o investimento para alugar pode ser uma boa alternativa, visto que muitos consumidores devem esperar para comprar, aumentando a procura por locações.
Inevitavelmente o consumidor tem pensado mais para comprar. O período entre o início e o fim da compra que se mantinha numa média de 2,9 meses passou a 4,9, chegando a um período de 24 meses nas negociações mais longas. Não podemos esquecer que o consumidor tem suas estratégias. No mercado imobiliário dificilmente a compra ocorre por impulso, por se tratar de um investimento a longo prazo o consumidor vai sempre prezar pela oferta, isso fica muito evidente em outra variável apresentada pela pesquisa, quando perguntados sobre o que poderia melhorar no processo de compra e venda de um imóvel os respondentes não exitam em falar sobre o preço.
De maneira mais específica as casas ainda continuam ocupando o maior espaço no imaginário do consumidor, esse tipo de imóvel está nos planos de 49% dos passfundendes, o “sonho americano" permanece, em segundo lugar estão os apartamentos de 2 quartos, que são os preferidos também para locação. Embora tenhamos a impressão de que imóveis maiores passaram a ser procurados durante a pandemia, esse já é um desejo antigo do comprador, que junto a isso procura boa localização e segurança no imóvel.
Embora a pesquisa traga algumas novidades, não há com o que se assustar, para o bem ou para mal o mercado imobiliário continua sendo uma alternativa atrativa para quem deseja investir e as oportunidades continuam aparecendo para quem tem o sonho da moradia própria.