Luciana Marinho Albrecht, na abertura do livro CONFIDÊNCIAS da NOITE, intitula-se uma artesã de palavras. A síntese perfeita para descrever essa escritora, poeta, contadora de histórias, produtora cultural, gestora de projetos e Youtuber, que, tecendo palavras e versos, em 2022, assumiu uma cadeira na Academia Passo-Fundense de Letras.
Luciana é natural de Porto Alegre. Filha do casal de professores Aidé Beatriz Amoedo Marinho e Luiz Roberto Retamal Albrecht (falecido). Desde a infância demonstrou interesse para lidar com as mais diversas formas de fazer cultura. Em 2004, seguindo as razões do coração, aportou em Passo Fundo. E, em 2016, emancipada, mãe do Victor e da Elisa, casada com o Alexandre, formada em Administração e Comércio Exterior, decidiu retomar a sua paixão maior e se dedicar, profissionalmente, às artes e ao mundo cultural, criando a empresa Projetos Sorrisos - Editora e Produtora Cultural.
A estreia de Luciana na literatura deu-se em 2016, com o livro A Estrela Pequenina, seguido de O Procura Encrenca, em 2019. Ambos são dedicados à infância e abordam, segundo a autora, de forma sutil e lúdica, temas relevantes e atuais para o universo infantil, como o respeito às diferenças, ritmo pessoal e bullying. E, para 2022, nessa mesma linha, deverá ser publicado Bandolins, uma obra atrelada ao projeto de mesmo nome, que tem por objetivo falar sobre arte, tempo e infância e divulgar a linguagem de sinais (Libras), além de tratar de preconceitos que são, de forma não percebida ou intencionalmente, passados pelos pais aos filhos. Esse livro, em parte, foi inspirado na própria Luciana, que, desde a juventude, é acometida por surdez bilateral (moderada a severa, oralizada).
CONFIDÊNCIAS da NOITE, publicado em 2021, é o primeiro livro para adultos escrito por Luciana Albrecht. Foi magistralmente ilustrado por Giúlia Cittolin. Uma obra poética, que, conforme destaca a autora no poema de abertura, não foi escrita, mas sim tecida. E tecida tal qual uma fina renda formada por todas as mulheres que acordam na autora enquanto a cidade dorme, vaticinando que bons sonhos ou delírios, dependendo de cada um, acordarão o leitor. Eis uma pequena mostra, com o poema que dá título ao livro: “Da roseira, fiz escudo e símbolo. / Para dizer aos alegres que nem tudo é flor. / Para dizer aos tristes que nem tudo é espinho. / Transformei-me em rosa, botão, flor e fenecer. / Gritando aos ventos em imagens, sons e perfumes. / Que se, em espinhos e rudezas, me defendendo. / Em pétalas me desfaço, pelo mundo, em amor infinito”. E o poema que fecha a obra, sob o sugestivo título de Fim: “Esta é aquela famosa página, / Aquela que eu nunca escrevi. / Esta e a aquela famosa página, / Que um dia em prantos, / Alguém há de escrever para mim”.
O senso de responsabilidade social permeia obras e atitudes de Luciana Albrecht. Em destaque, o seu envolvimento com os projetos “Uma Apoia a Outra – UAOu!” e “Oficina de Escrita Poética – Uma outra Masculinidade”, baseados em oficinas de escrita poética terapêutica com mulheres e homens em situação de vulnerabilidade social, que buscam ressignificar sentidos, saberes e sentimentos, por meio do fazer artístico.
Ativa nas redes sociais, Luciana é idealizadora, entrevistadora e apresentadora do Projeto Cultural Virtual Mulheres na Literatura, que pode ser assistido no canal YouTube Mil e uma Histórias. Atua nos coletivos de escritores/escritoras Sociedade dos Poetas Vivos – SPV e Mulherio das Letras. Além de ser colaboradora eventual de diversas revistas do mundo literário, como Revista Sepé, Entreverbo, Ser Mulher Arte e Las Lobas. E, recentemente, em parceria com Aleixo da Rosa, assumiu o comando do programa Literatura Local, produzido pela Academia Passo-Fundense de Letras e pela TV Câmara de Passo Fundo, que vai ao ar pelo Canal 16 da Net PF (terças-feiras, às 21h) e pode ser visto e encontrado também no canal YouTube da TV Câmara (terças-feiras, às 21h30).
Eis a escritora Luciana Marinho Albrecht, assim resumida, por ela mesma, nos versos: “Há dias em que sou crônica. / Em outros, poesia. / Aos outros pouco importa. / Para mim, minha vida ”.
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