Enfrentar as fraudes, estelionatos e golpes em plataformas de compra de venda na internet se tornou o grande desafio das empresas e dos consumidores. Com a inflação alta, os consumidores procuram ofertas e preços atrativos e, assim, acabam prestando menos atenção nos detalhes das compras. Além da inflação alta, a baixa educação digital dos consumidor e a engenharia social são fatores que elevam os atos ilícitos no ambiente do comércio eletrônico. De acordo com recente levantamento da OLX no período de janeiro a maio de 2022, os smartphones lideraram a lista de produtos com mais fraudes no comércio eletrônico. Conforme estes dados, golpes com celulares, na maior parte iPhones, representam 39%, seguidos por videogames (19%) e computadores (13%). O prejuízo estimado é de R$ 62,9 milhões. Na avaliação de especialistas em segurança na internet, “os golpistas percebem esse influxo de pessoas desesperadas por produtos mais baratos, que viram uma presa fácil. Elas ficam tão seduzidas pela ideia de economia que caem nesses golpes".
GOLPE DA COMPRA CONFIRMADA
A pesquisa da OLX revela que o golpe da compra confirmada, ou falso pagamento, liderou o ranking das fraudes no primeiro semestre deste ano, 67%. Neste tipo de golpe, o fraudador envia um comprovante de pagamento falso com os dados da vítima por email ou aplicativo de mensagem. Com isso, a pessoa entende que o valor já foi depositado e envia o produto da venda. Mas, quando o vendedor percebe que não houve pagamento, o falso comprador já está com o produto e deixa de responder as mensagens.
FALSO ANÚNCIO
O segundo golpe mais aplicado no comércio eletrônico é do falso anúncio. O golpista cria um anúncio de um produto cujo preço é cerca de 15% mais barato que a média do mercado. Imaginando ser uma oferta real, a vítima faz o pagamento e não recebe o produto. O levantamento demonstra que houve um recrudescimento de sites de compra falsos, que fazem anúncios para atrair compradores com a oferta de produtos novos abaixo do preço de mercado. Também existem hoje cerca de 2.113 sites de leilões falsos, conforme dados da Aleoesp (Associação dos Leiloeiros Oficiais do Estado de São Paulo).
DICAS CONTRA OS GOLPES
No que diz respeito ao “golpe da compra confirmada”, o site SOS Consumidor recomenda que o consumidor só entregue ou envie o produto após a confirmação do pagamento em sua conta bancária ou carteira digital. Sugere que as conversas sejam feitas pelos chats das plataformas. Deve-se evitar negociar por aplicativos de mensagens. E cabe ao consumidor desconfiar de mensagens ou emails que simulem comunicados oficiais das empresas. Verifique o domínio do email (xx@nomedaempresa) e o status da negociação no site ou aplicativo da empresa. Com relação ao “golpe do anúncio falso” priorize negociar diretamente pelas plataformas que contam com a opção de pagar e receber o valor e envio do produto. Ao optar por negociar diretamente, só faça o pagamento após receber o produto. Desconfie de preços muito abaixo dos valores de mercado e, ao perceber atitudes suspeitas, denuncie ao atendimento das plataformas. Sobre os “sites falsos”, o alerta é pesquisar sobre a loja virtual e verificar se há reclamação de outros usuários em sites como o Procon e o Reclame Aqui. Uma pesquisa no Google pode tirar dúvidas sobre o site. Observar o endereço e o domínio do site, que podem ter diferenças sutis em comparação com os sites reais também é uma alternativa importante. Ou seja, desconfiar sempre e não fazer compras sem pesquisar e refletir antes é o caminho para evitar golpes. E por fim, quanto aos leilões falsos, as Juntas Comerciais podem informar se o leiloeiro indicado no site está cadastrado.
