OPINIÃO

Censo nos quilombos

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, que tem sua vigência desde 1934, é instrumento acreditado e necessário para informar sobre a realidade social e econômica da nação. Em que pese a tentativa de desestabilização deste meio de conhecimento sobre o perfil do brasileiro, a interferência do STF fez retornar o mínimo de compromisso com a afirmação do sistema. É órgão fundamental destinado à formulação de políticas públicas e ações de todas as forças de produção ou entidades que agem pelo equilíbrio social. O atual governo tem dificultado a instituição de inquestionável vigor democrático. A tentativa de reduzir a importância de conquistas institucionais é perversidade, que não pode ser tolerada.

O programado censo nas comunidades quilombolas é necessidade evidente que focaliza redutos de uma cultura heroica e que merece atenção adequada. As angústias geradas pela omissão do estado no justo reconhecimento deste segmento, ainda no rescaldo do massacre histórico da escravidão, devem ser conhecidas e traduzidas em ações igualitárias. O relato do IBGE vai sondar as condições de vida destas comunidades trabalhadoras. Certamente as carências de saúde, acesso ao meio ambiente saudável, educação, enfim condições dignas de vida, são aspectos urgentes. A maioria dos quilombos sobrevivem vencendo barreiras de injustiça social, inclusive pressionados pela violência dos violadores de suas posses ou propriedades. O governo não pode continuar dando as costas aos milhares de quilombos perseguidos pela ganância do poder econômico. A versão das informações científicas sobre o panorama do acesso ao desenvolvimento desses povos é verdade que torna mais implacável a urgência da inclusão.


As cotas

A legislação que regula o sistema de cotas destinado a segmentos de afrodescendentes, deficientes, LGVT, em flagrante desvantagem de acesso ao ensino superior completa dez anos. Discute-se, agora, a revalidação da medida. O processo confirma o êxito. A democracia de inclusão, acredita-se, deve ser ampliada e melhorada. Com todo o respeito à posição em contrário, o momento é de calma e coragem, as banalidades e pragmatismos elitistas equivocados também devem ser revisados. O campo da disputa pelas vagas apenas ganha honra e dignidade. O que significa avanço para todos não prejudica a qualidade dos novos acessos sociais. Afinal, foram séculos de resistência negra à discriminação, que vai se regenerando. Calma.

 

Eleições

Observadores do clima eleitoral não têm dúvida sobre o primeiro turno da campanha eleitoral. Vai começar com caneladas dos dois lados, considerando a polarização de Lula e Bolsonaro. Os lulistas apostam na acentuada rejeição bolsonarista. Os aliados de Bolsonaro miram o crescimento e apostam nas ajudas sociais que permitem ao poder de governo, lém dos ataques a Lula. O jogo está aberto.

 

Alckmin

Embora alguns resquícios e azedumes internos do PT, a figura de Geraldo Alckmin pode ser impulso favorável à candidatura oposicionista. É político de respeito.

 

Dívida doméstica

A legião de pessoas devedoras atinge fortemente a família assalariada. Os segmentos de menor salário e desempregados, acumulam situação que se apresenta como péssima. Além dos compromissos inadiáveis de aluguel, água, luz, e alimentação, o aperto sinaliza sem uma recuperação rápida. A inflação no custo básico de subsistência é cruel.


A devastação

As alterações climáticas que são causas naturais de desastres para a comunidade urbana e do campo, infelizmente são agravadas vorazmente pela destruição da natureza. É assustador ver os dados da devastação e abate de árvores. Além disso, os rios das grandes áreas do norte brasileiro são contaminados pela mineração criminoso e ilegal do garimpo. Os atuais ocupantes do governo lamentam somente as contenções da pobre fiscalização ambiental que destrói a invasão de dragas clandestinas.

 

Caio Duarte

Faleceu o amigo Caio Duarte, aos 81 anos. Radialista antigo com quem trabalhamos. O Caio, na sua simplicidade, convivia com seus amigos exercendo o dom maravilhoso da gentileza. Era solícito e recorria ao humor sadio nas conversas com todos, especialmente nos encontros dos confrades da Garagem. Nossos sentimentos aos familiares e amigos.

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