OPINIÃO

Teclando - 24/08/2022

Megalomania

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Megalomania

De forma objetiva, podemos definir a megalomania simplesmente como uma mania de grandeza. Porém, simplesmente não é o advérbio mais adequado para esse modo de conduta. Ao contrário, a megalomania exige uma complementação de maior quilate. Megalomania tem sonoridade imponente e nos contos de fada habita um enorme castelo no topo de uma montanha. Mas não é privilégio das fábulas, pois os megalômanos também convivem em nosso meio. Os mais arrogantes identificamos com facilidade. Já outros, aparentemente recatados, exercem a megalomania por ações indiretas.

Acredito que essa conduta pode ser causada por complexo de inferioridade ou alguma carência do ego. Pelo comportamento megalômano, na minha casa tudo é melhor ou maior, até mesmo as desgraças. O meu fogão esquenta mais, a minha geladeira gela mais e a minha lâmpada tem mais brilho do que a do vizinho. O exercício da megalomania conduz à produção geométrica de mentiras. Assim, os megalômanos encarnam um mundo de fantasias. Mais do que acreditar nas próprias mentiras, vivem suas ilusões de forma concreta. Não vejo problemas nos megalômanos enquanto agem apenas com autoelogios e ostentações para suprir as suas carências.

Os perigos da megalomania começam quando a egolatria ultrapassa os limites pessoais e, direta ou indiretamente, respinga no coletivo. É dessa maneira que as deformações de um pensamento acabam multiplicadas e, quando pulverizadas ao léu, podem distorcer o discernimento coletivo. Aí, sim, essa conduta pode assumir uma conotação maléfica. A megalomania contemporânea não se limita ao mitológico narcisismo frente ao espelho. É prima da prepotência, irmã da desfaçatez e sobrinha da insanidade. Portanto, é uma perturbação mental que pode se tornar perigosa e ameaçadora à coletividade.

Eleições I

O ano eleitoral trouxe algumas reminiscências sobre as campanhas políticas. Uma delas é daqueles tempos em que não havia eleições para presidente e governador. Vivíamos o bipartidarismo de Arena e MDB, ou seja, a favor ou contra o governo. Lembro-me bem que a maioria dos automóveis ostentava pinturas (período pré-adesivos) da Arena. Porém, o resultado das eleições era parelho e não condizia com o cenário visual da propaganda. A explicação é simples: quem tinha cargos ou interesses nas esferas governamentais fazia propaganda para o governo, enquanto outros temiam repressões ou retaliações. Por analogia, parece que a bipolarização é semelhante ao bipartidarismo.

Eleições II

Ainda em comparativo com os anos 1970, agora, meio século depois, o cenário é muito diferente em relação às candidaturas a deputado federal e estadual. Antigamente, contávamos nos dedos de uma mão todos os candidatos do município. Agora faltam dedos para contar apenas os concorrentes de Passo Fundo. A grande diferença é que naquela época eu conhecia todos os candidatos a deputado do município. Hoje, conferindo a lista, constato que conheço pessoalmente apenas alguns, outros sei quem são e tem aqueles que nem faço ideia quem são.

Bokinha

Segunda-feira, na companhia do amigo Lauro Röesler, estive no Bokinha. Foi uma espécie de retorno ao ninho, que mexeu com o sentimental e o gastronômico, enquanto o lado ancestral exigiu um brinde com um cremoso chope da Brahma. Tudo ótimo, num patamar adequado ao histórico local. Set musical gostoso, que não incomoda e permite flutuar. Fotos do querido amigo Edu, charges e notícias pelas paredes. Tem até fotos minhas, além de uma saborosa crônica do Fernando de Castro. E, é claro, uma amostra do acervo da Galeria Dois. O Beto Wentz nos recebeu com muito carinho, juntamente com o Guilherme Moojen no comando da copa, o intrépido Pablo nos coquetéis, o inconfundível xis do Adriano e o Toninho na logística. Difícil definir. Mas, simplificando, o Bokinha é o Bokinha.

Mesa Um

Assembleia da Mesa Um do Bar Oásis agendada para o início de setembro. Sigilosa lista de participantes sob prévio convite do convocador-oficial, Aldo Battisti. Aguardem!

Estouro

Vai explodir, mas o detonador não está nas minhas mãos. Paciência, pessoal.

Trilha sonora

De Paulinho da Viola, com Joan Chamorro, Alba Armengou e Andrea Motis – Dança da Solidão


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