OPINIÃO

Jornalismo e verdade

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A caminhada da humanidade revela circunstâncias tortuosas desde os tempos mais remotos, em relação ao movimento de respeito à verdade. João Batista, descrito pela bíblia como o anunciador de Cristo, pagou caro no cumprimento de sua missão precursora. Mensageiro de verdades de um tempo de redenção da era cristã, protagonizou denúncias contra o rei Herodes, que vivia maritalmente com a esposa de seu irmão, em situação reprovada na época pelos costumes religiosos. Mesmo sendo admirador de João Batista, cedeu aos apelos de prepotência e ódio de sua companheira para calar o pregador, que exercia função semelhante ao jornalismo, divulgando verdades em forma de denúncia sobre a conduta da corte. Sem argumento para se opor à situação, a primeira dama de Israel exigiu que Batista fosse decapitado. Também quis que a cabeça do profeta denunciante fosse exibida numa bandeira de prata, para ter certeza de que o havia calado.

Nos tempos recentes e atuais, os fatos se repetem de alguma forma. Na memória, um período em que o jornalismo de resistência levava alguns colegas ao ato de coragem em denunciar situações e fatos de injustiça social. A maioria das denúncias revelavam verdades de injustiça social praticados contra o estado democrático de direito. Apaniguados da ditadura vigente nos vinte anos a partir de 64, praticavam coisas deprimentes, mas se julgavam protegidos pelo sistema político. E ai de quem denunciasse como faziam os jornalistas. Alguns poucos jornalistas resistentes insistiam na missão de denunciar erros. São companheiros, alguns ainda vivos, que sofreram perseguição. Em alguns casos, além da perversidade do estigma, eram ameaçados e até agredidos pessoalmente por cumprirem o dever de denunciar. Vários casos de perseguição aos profissionais do jornalismo chegaram a perigosas ameaças e violações ao direito de trabalhar ou manter o emprego. No de exercício profissional, além das ameaças injustas havia também a ação de pessoas que usavam meios violentos para reprimir as verdades, assolando o cotidiano do jornalista, inclusive casos de denúncias que não eram decorrentes da ditadura. O problema é que a prepotência de proteção ao poder injusto sugeria tolerância sob o argumento negacionista de ofensas à sociedade subjugada. Denunciar sempre foi perigoso para o jornalista. Poderia citar nomes de jornalistas de conduta reta e honesta, alguns ainda vivos, que sofreram na carne os perigos da perseguição. Percebemos que nas conversas com eles, as mágoas são superadas no tempo. A consciência limpa é bálsamo eficaz ao longo do tempo. O direito qualifica o ódio do mal social como “argumentum ad baculinum”, que é a agressão injusta a quem defende a verdade. Aos resistentes na propagação da verdade que suportaram injustas perseguições e afrontas, resta o reconhecimento pela luta na revelação da verdade.

 

Alta letalidade

O estado do Goiás apresenta assustador número de mortes em confrontos policialescos. Morreram, nos últimos quatro anos, 1.421 civis e também alguns membros da segurança oficial. A alta letalidade é intolerável. A inclusão de câmeras nas fardas dos agentes, nas viaturas e uso de armas não letais pela polícia é começo de ações que podem reduzir mortes. O melhor uso da inteligência investigativa pode poupar vidas, inclusive dos policiais.

 

Idosos

Alguns dados incontestáveis revelam que é preciso investir no cuidado dos idosos. Tudo começa com o respeito familiar, onde ocorrem abusos financeiros usurpando a remuneração dos aposentados. O sistema da empréstimos também é um acinte que assedia a saúde financeira. No Rio Grande do Sul, nos últimos dez anos, a população idosa cresceu na população com mais de 60 anos cresceu 40%. Todos precisam do olhar solidário na vida, mas os que são beneficiados pela longevidade estão aí!

 

Carino Corso

A noite de domingo encerrou o encontro de arte musical com a presença dos corais de Passo Fundo, no Teatro Múcio de Castro. A homenagem à memória do mastro Carino Corso foi magnífica. Justo preito ao precursor de era recente na arte musical. Magnífica participação dos corais.  

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