OPINIÃO

Conjuntura Internacional

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Enquanto essa coluna é fechada (dia 31/08), até o dia 05 de setembro saberemos quem será o novo Primeiro-ministro do Reino Unido. Após a renúncia de Boris Johnson, devido às polêmicas em que estava envolvido, abriu-se a janela para a escolha do novo Primeiro-ministro, que será feita pelos mais de 170 mil membros do Partido Conservador. O Reino Unido possui um papel central nesta conjuntura da guerra russa contra a Ucrânia, visto que, após o Brexit, o país passou a ter uma proeminência maior e um papel relativo de liderança, se comparado com os demais líderes europeus, pois, foi o país que, desde o início da guerra, mais apoiou a situação ucraniana. O Reino Unido é a quinta maior economia do planeta e possui um dos principais centros financeiros e culturais no mundo. A corrida eleitoral já transcorre há dois meses e se encerra com o último debate entre os candidatos: Liz Truss e Rishi Sunak. Os dois duelam acerca de pautas importantes como a recuperação econômica do país após a pandemia, os impostos e até mesmo o cenário internacional, que é desafiador. As últimas pesquisas divulgadas dão favoritismo para Liz Truss, que foi ministra dos negócios estrangeiros e ainda é comparada com Margaret Thatcher. Mas afinal, quem são os candidatos e quais seriam os cenários com a possível vitória de cada um deles?

 

Liz Truss 

Com 47 anos, foi uma das principais negociadoras no processo de saída do Reino Unido da União Europeia, conhecido como Brexit, possuindo forte experiência com os assuntos estrangeiros. Internamente, defende a redução de impostos para a retomada econômica. Nas últimas pesquisas, apontou uma vantagem significativa de diferença de seu oponente.

 

Rishi Sunak 

Com 42 anos, o bilionário já foi apontado como o favorito no início da corrida eleitoral junto aos conservadores, mas perdeu o fôlego nas últimas semanas. Sunak, ao contrário de Truss, não possui experiência com os assuntos estrangeiros, em um momento em que os britânicos buscam uma liderança forte para lidar com a guerra que bate à porta da Europa. Ele também esteve envolvido com as polêmicas festas no período da pandemia.

 

Cenários 

No caso de vitória de Liz Truss, teríamos um reforço na conjuntura da guerra russa contra a Ucrânia, dando prosseguimento ao papel desenvolvido até aqui por Boris Johnson. Truss chamou atenção ao defender recentemente que poderia utilizar armas nucleares se fosse preciso, contra a Rússia. Trata-se da afirmação mais contundente por parte dos líderes europeus contra a Rússia, até aqui, o que reforça o seu eventual papel nessa conjuntura. No caso de vitória de Sunak, toda a expectativa com uma eventual liderança no cenário internacional se frustra, uma vez que não possui experiência nessa área, o que reforçaria a narrativa de Putin em relação às "fracas lideranças europeias”. O Reino Unido precisa buscar o seu protagonismo no espaço europeu e no mundo. E isso dependerá exclusivamente da decisão do Partido Conservador, que possui uma grande responsabilidade em suas mãos. Após uma corrida eleitoral maçante e com ambos os candidatos desgastados, o Reino Unido precisará de uma liderança unificadora para superar as questões de economia interna, que não são poucas.

 

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