OPINIÃO

Teclando - 14/09/2022

2001, 2022

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2001, 2022

Parece que foi ontem. A expressão é antiga, atual e ainda terá espaço no futuro. Por muitos anos, ouvi e utilizei o número 2001 como referencial do futuro. A simultânea troca de século e milênio transformou 2001 em um ano mítico. Em tom de prenúncio, era como um divisor na vida dos terráqueos. Mexeu com a criatividade e inspirou o filme “2001 – Uma Odisseia no Espaço”. Na lendária Rádio Guaíba foi nome de programa, quando Flávio Alcaraz Gomes, Lauro Hagemann, José Fontella e outras vozes do mesmo quilate anunciavam aquilo que aconteceria bem antes ou bem depois de 2001. Previsíveis prenúncios que vivemos, antes ou depois de 2001. Boquiabertos, vimos o satélite soviético Sputnik colocar o homem entre as estrelas para dizer que a Terra é azul. Logo pisamos na Lua, apesar da incrédula reação de alguns negacionistas.

A propaganda do Bamerindus foi amena ao afirmar que o tempo passa, o tempo voa, pois logo a poupança da Habitasul comprovou que o tempo evapora. E evaporou, pois logo chegou o lendário 2001. Entre evoluções e involuções, estamos em 2022. Ora, já se passaram 21 anos após o marco do prenunciado 2001. A ficção se tornou realidade e o futurismo é o presente. Cercados de novos aparatos, até conversamos com as máquinas. Evoluímos e também involuímos. A Terra não é plana. Isso é óbvio, mas há momentos em que ela fica muito chata. Vivemos e acompanhamos o tempo, assim como o fez Elizabeth II. E continuamos olhando para o futuro, pois o tempo que aguardamos é desenhado no horizonte com formato de esperança. Sim, são os sempre sonhados dias melhores. Não há um novo marco para substituir 2001. Mas, com certeza, será amanhã. E mesmo assim parecerá que foi ontem.

A plaquinha

Era uma vez uma plaquinha de trânsito instalada no canteiro central da Avenida Brasil em Passo Fundo, quase em frente ao Clube Comercial. Sinalizava, no sentido Boqueirão-Centro, a proibição de conversão ou retorno à esquerda na esquina com a General Netto. Desde bem antes da pandemia a plaquinha sumiu. A Avenida passou por uma grande reforma e recebeu nova pavimentação. Naquele ponto, pelo desenho do canteiro e a sinalização no solo, é óbvio que o fluxo é apenas para quem vem da Petrópolis ingressar na General Netto. Porém, com o desaparecimento da plaquinha, algum incauto vindo do Boqueirão poderá ingressar entre os canteiros, pois não há indicativo de proibição. Então, como diria o Pai Magno, “vai dar lambança”. E tudo em consequência do desaparecimento da singela plaquinha. Volta plaquinha, volta.

Campanha política

Estamos no auge de uma campanha política, com disputas em níveis nacional e estadual. O modus operandi mudou muito e resta pouco das velhas campanhas dos grandes comícios, discursos inflamados e caminhadas dos candidatos pela cidade. Nas ruas encontro cabos-eleitorais, algumas bandeirinhas e material gráfico. A novidade desta temporada de caça-ao-voto são os banners verticais que tremulam pelos canteiros. Há muitos carros com adesivos que me remetem à frase de Aniello Darienzo: “carro não vota”! Fora isso, há o horário eleitoral em rádio e TV. Porém, como nunca tive uma boa relação com a telinha, nem sei o que está passado. Saudades das festivas tribunas dos comícios onde a boa verve rendia excelentes discursos. A campanha mudou muito. O que não muda é o vergonhoso hábito de os candidatos pulverizarem promessas.

Péssimo exemplo

Um motorista, em um automóvel ricamente ornamentado com adesivos e adereços de campanha política, estaciona em um shopping de Passo Fundo. Utilizou uma vaga demarcada para uso de deficientes físicos. E isso ninguém me contou. Eu vi. E, imediatamente, tirei duas conclusões elementares. A primeira é que com essa péssima conduta o eufórico cabo-eleitoral arranhou a imagem do seu candidato. A segunda é que nesses estacionamentos faltam vagas específicas para pessoas com outras privações: deficiência educacional, deficiência de conduta social, deficiência mental...

Trilha sonora

Ana Delin - The Windmills Of Your Mind


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