OPINIÃO

Teclando - 05/10/2022

Sem deputados

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Sem deputados

Passo Fundo não conseguiu eleger sequer um deputado estadual ou federal. Indiscutivelmente, na eleição deste ano o excesso de candidatos locais foi uma exceção que excedeu ao bom senso. Eram 24 nomes, 14 para estadual e 10 para federal. Apenas isso já confunde a cabeça dos eleitores. E tem a turma que vem de fora garimpar votos na maior cidade do norte do estado. São votos corporativos, religiosos, militaristas, futebolísticos, ufanistas, tradicionalistas ou de fúteis militâncias. Esse sangramento não há como estancar e ocorre em todos os municípios. As campanhas para pregar o voto em candidatos locais até são simpáticas, mas sempre inócuas. Então, agora, surgem comparativos com municípios menores que elegeram seus representantes. Ora, é muito mais fácil eleger um ou dois deputados onde concorrem apenas dois ou três candidatos daquele município onde o bairrismo fala alto.

Antigamente, por Passo Fundo disputavam apenas quatro ou cinco. Destes elegiam-se no mínimo um deputado federal e dois estaduais. Desta vez foram 24 concorrentes! Por quê? Bom, houve a multiplicação das legendas. Além disso, parece-me que não temos mais caciques de peso como antigamente. Ora, mesmo adversários ferrenhos, eles articulavam a limitação das candidaturas locais como uma forma de proteção mútua. E dava certo. Hoje, ao que parece, faltam grandes lideranças para deixar as divergências de lado pelo interesse coletivo. Isso é bem mais fácil em cidades pequenas. Assim, a abundância de legendas e a falta de uma visão coletiva propiciaram o excesso de candidatos e Passo Fundo não elegeu ninguém. Ah, sempre é bom lembrar, que as trocas compulsivas de partidos também ficam emaranhadas na cabeça dos eleitores. E, assim, ficamos sem deputados. Farão muita falta?

Tecnologia e civilidade

As eleições sempre mexem com o emocional das pessoas. Da campanha à apuração, propiciam dias de muita empolgação. O resultado pode ir da satisfação à frustração. Esse clima eleitoral não muda. As modificações ficam por conta do avanço tecnológico, permitindo urnas eletrônicas e apuração online que propicia resultados quase que imediatamente. Tenho saudades das apurações chuleadas voto por voto. Eram exaustivas e poderiam durar uns quatro dias. Quatro dias de pura ansiedade e muito trabalho. Sou nostálgico, mas a mais simples lógica comprova que evoluímos muito em termos de sistemas de votação e contagem de votos. É tudo tão rápido que não dá tempo sequer para torcer. Saímos da ponta do lápis para apertar uma tecla e produzir um detalhado resultado final. Que bom. A democracia pode ser antiga, mas é dinâmica e não pode estagnar. A evolução é sempre bem-vinda. E, tomara, esse crescimento não se limite ao processo eleitoral e também eleve a civilidade da campanha eleitoral.

Padres

Em 2008, um padre subiu com balões e desapareceu. Em 2022, um padre desceu com paraquedas e apareceu.

65

A eleição municipal de 1992 em Passo Fundo ficou para a história pelo resultado inusitado. O prefeito eleito, Osvaldo Gomes, teve apenas 65 votos de diferença sobre o segundo colocado, Carlos Armando Salton. Este ano, na votação presidencial em Passo Fundo, o Padre Kelmon fez exatamente 65 votos. No mínimo, uma estranha coincidência eleitoral.

Terror

Nem deu tempo para tomar um fôlego entre o primeiro e o segundo turno e o inacreditável já desponta nas redes sociais. Por mais inconcebíveis que sejam as insanidades, há cérebros de esponja para absorção imediata do que for derramado. Até parece que alguém estaria imitando Wald Disney com uma incrível fábrica de Pinóquios. Agora, no segundo turno, com contingente multiplicado.

Construimóveis

Já com os votos empilhados nas urnas, domingo finalizou a Construimóveis 2022 no Bourbon Shopping. Ali conhecemos como a moderna construção empilha os tijolos que mudam a paisagem de Passo Fundo. Ainda não vi os resultados da feira, cuja apuração mostra números das vendas e de visitantes. Com foco na tecnologia, a beleza da mostra deixou a certeza de que a realização do Sinduscon foi novamente exitosa.

Trilha sonora

Richard Galliano e Wynton Marsalis - La Vie En Rose



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