Olhar para trás sem retroceder
A política tem por objetivo garantir o bem comum. É tão dinâmica que muitas vezes nos surpreende. Pelo que acompanhei, até parece que a abertura democrática foi ontem. A anistia veio junto e, finalmente, chegaram as tão aguardadas eleições diretas. Sim, houve tempos em que, distante das urnas, dependíamos de atravessadores para escolha do presidente através de uma artimanha chamada de eleições indiretas. Pois bem. Voltamos às urnas e, de tempos em tempos, o sistema eleitoral sofre modificações criadas pelos próprios políticos. Como a turma gosta do poder, fabricou a reeleição, que considero um retrocesso. Depois, desrespeitando o direito de não escolher ninguém, transformaram os votos brancos que eram válidos em nulos. E lá vieram muitos penduricalhos para atender interesses politiqueiros. Essas mudanças são como as pedras que muito se mudam e não criam limo, pois atrapalham na sedimentação de uma forte tradição eleitoral.
É bem verdade que entre a política pura e os políticos há muita politicagem. A velha demagogia ainda é indissociável dessa turma, mas já virou conduta folclórica. Agora, numa eleição disputadíssima, tivemos extremismos em confronto. E os radicalismos conduzem ao fanatismo, uma conduta sempre perigosa e ameaçadora. Então, de volta ao tão recente passado, é bom relembrar de importantes momentos: abertura, anistia e eleições diretas. Para resguardar o bem comum é necessário solidificar a nossa tradição eleitoral. Além de evitar mudanças abruptas, é indispensável uma conduta civilizada e imparcial. O Brasil não é republiqueta de bananas daqueles filmes que retratavam mazelas sul-americanas. Não é com palavras de efeito e fora do contexto que zelamos pelo bem comum. Dinâmica, a política exige a reflexão civilizatória e a busca pela evolução. Qualquer retrocesso é caminho de retorno ao estado primitivo.
Sem avião
Segunda-feira, dos três voos programados para Passo Fundo dois alternaram Porto Alegre e outro foi cancelado. Além da neblina, o vento de través (180º) com 12 kts (22 km/h) inviabilizou os pousos. Nada foi por acaso, pois essas ocorrências são previsíveis e podemos considera-las normais no Aeroporto Lauro Kortz. Motivos: está quase nas nuvens na altitude de 2.376 ft e a pista fora do eixo do vento predominante. Simplificando, os dois fatores são consequências da péssima localização do aeroporto.
Com caravela
Com cancelamentos e voos alternados, os passageiros seguiriam de ônibus, mas as estradas estavam bloqueadas, desta vez para detonações não programadas. Sem avião, sem ônibus e sem trem! Bem que aquela caravela, ociosa lá no trevo de entrada da cidade, poderia ser aproveitada em situações como essa. Navegar é preciso!
Envaretado
Tempos de piá (há muito tempo!) eu batia uma bolinha com a gurizada da vizinhança. Jogava tão mal que ninguém me aceitava no seu time. Além da mais absoluta falta de intimidade com a bola, ainda reclamava de tudo. Pior, pois não assimilava as derrotas e ficava resmungando. Foi então que a piazada me apelidou de ‘envaretado’.
Barulho
Será que um dia teremos uma fiscalização sistemática para coibir o uso de alto-falantes nas portas das lojas?
Plaquinha
Quando será reinstalada, no canteiro central da Brasil em frente ao Comercial, a placa indicando que não é permitida a conversão à esquerda para quem vem do Boqueirão?
Damarezas
Essa ouvi do colega Luciano Breitkreitz: “meninos usam granada e meninas usam pistola”.
Escândalos
Não fiquem tristes, mas, pelos últimos fatos, o escândalo iminente previsto para Passo Fundo ficará para o próximo ano. Em compensação, outra bomba com ainda mais megatons explodirá em nível estadual. E tem tudo a ver com Passo Fundo.
Trilha sonora
John Lennon – (Just Like) Starting Over