OPINIÃO

Conjuntura Internacional

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Durante a semana ocorreu o 17º encontro do “Grupo dos 20”, o G20, em Bali, na Indonésia. A presidência do G20 foi repassada pela Itália, que sediou o encontro anterior, em Roma. As cúpulas são destinadas a reunir as principais lideranças globais e congregar os chefes de Estados dos países membros. Originalmente, o G20 congrega os ministros (reuniões ministeriais e não de cúpula) de finanças dos países membros das maiores economias do mundo. O grupo foi criado em 1999 e tem como objetivo criar um diálogo entre as nações sobre assuntos diversos. Os países membros representam cerca de 90% do PIB mundial e cerca de 80% do comércio global. A partir de 2008 o G20 se tornou o novo conselho internacional permanente sobre a cooperação econômica. O G20 reúne as economias mais industrializadas do planeta, juntamente com países emergentes. Em cada encontro, as temáticas são definidas conforme a conjuntura internacional, além dos objetivos clássicos do grupo, entre eles: o fluxo de capital global, liberalização do comércio, direitos de propriedade intelectual etc. O destaque para o encontro em Bali foi a ausência de Putin, uma vez que não haveria qualquer clima para que ele participasse da cúpula, em que pese ter enviado o seu ministro de relações exteriores, Sergey Lavrov. Nessa oportunidade, na Indonésia, foram criados três pilares fundamentais de Bali: a arquitetura global da saúde, transição energética sustentável e a transformação digital. O primeiro deles trata da recuperação econômica após o cenário pandêmico e as dificuldades ainda existentes. O segundo, sobre a necessidade de se pensar em uma transição energética, ainda mais com os resultados da guerra russa contra a Ucrânia. O terceiro trata da “economia digital” e da inclusão nela das pequenas e médias empresas. Geralmente, as questões tratadas se transformam em promessas.

 

Biden e Xi Jinping 

Um dos encontros mais esperados era o de Biden com Xi Jinping, principalmente pela rivalidade entre as potências. Portanto, foi o primeiro encontro presencial desde que Biden foi eleito. Dentre os pontos principais estiveram: a guerra da Rússia contra a Ucrânia, a soberania de Taiwan e os testes norte-coreanos de mísseis. O objetivo central do encontro foi o de tentar trazer a relação para a normalidade, o que é pouco provável, dada a dubiedade chinesa na política internacional e pelo fato da relativa ingerência americana na questão de Taiwan, com o envio recente de autoridades à ilha. O tom ameno da China no G20 não é qualquer garantia de uma política externa menos agressiva.

 

Declaração final 

A condenação da guerra russa contra a Ucrânia foi um dos destaques na declaração do encontro. As maiores economias do mundo manifestaram a sua inconformidade com a guerra, exceto Índia e China, que buscam uma certa neutralidade. Os líderes também usaram o documento para expressar as suas preocupações com a emergência de narrativas nucleares e defender os princípios da Carta das Nações Unidas. A exclusão da Rússia do evento foi um ato simbólico importante, mais do que qualquer palavra escrita, no grupo que doravante pode ser chamado de G19, com a não participação do Chefe de Estado russo.

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