Os extraterrestres estão chegando
Vivemos em pandemia. As epidemias estão por aí. Sempre estiveram e até parece que se revezam no ambiente dos terráqueos. São epidemias biológicas, sociais, econômicas, políticas, comportamentais, tecnológicas, ambientais, morais, psicológicas etc. Entre surtos e proliferações, somos vítimas das pestes que circulam pelo planeta. É claro que agora estamos numa pandemia com a disseminação de uma nova doença que há dois anos provoca mortes. Chegou a vacina e as mortes diminuíram, mas a contaminação sinaliza para uma nova progressão geométrica. A pandemia viral despertou condutas que propiciaram outras epidemias, como a do medo e a do negacionismo. Até parece roteiro de ficção, onde um vírus desconhecido desembarcou de um luminoso disco-voador para provocar mortes e dividir a população do planeta entre incrédulos e crentes. Aliás, os terráqueos sempre foram manipulados com muita facilidade. Debilitados durante a pandemia, acabaram induzidos à divisão: evitar a contaminação ou acreditar numa sórdida gripezinha.
Aproveitando dessa fragilidade comportamental entraram em cena, como certeiramente diria o Governador Brizola, os famosos interésses. Os rótulos até podem ser supostamente econômicos ou politiqueiros, mas a ganância e o oportunismo são vírus endêmicos. Esse entrevero viral tem um resultado viroso que atinge toda a humanidade. Além da contaminação de um vírus pelas gotículas de saliva, outros germes proliferam pela libertinagem das redes sociais. Assim, temos a circulação de um vírus ainda mais letal: a dúvida. Ora, a incerteza conduz à confusão e ficamos a centímetros do pandemônio. E, já que a teoria da conspiração está na moda, busco respostas no céu. Recentemente, entre constelações bem conhecidas, surgiram luzes detectadas por experientes comandantes de voos comerciais ao Sul do Aeroporto Salgado Filho. Acredito que são os extraterrestres conferindo o andamento de um plano maquiavélico-interplanetário. E aos terráqueos resta apenas responder com a mais pura lógica: a ciência.
Sapo enterrado I
Quando a pauta é sobre o Aeroporto Lauro Kortz, fico em dúvida sobre o gênero do enredo: ficção ou não-ficção? É a mais longeva novela que conhecemos, pois os problemas iniciaram lá no final dos anos 1950 com a péssima escolha de sua localização. Sim, está em cartaz há mais tempo do que o asfaltamento da Transbrasiliana. Dá de pelego na Rede Globo, cuja telenovela mais longa foi Redenção, que ficou no ar por dois anos. Nos últimos capítulos os PAPIs, que mantiveram a trama por alguns meses, voltaram a cena por lâmpadas queimadas. Problema resolvido, jogo rápido e lá se foi mais uma lâmpada. Desta vez a do farol de aeródromo, aquela luz que indica a localização do aeroporto. De acordo com a Infraero, através do gestor de Passo Fundo, a falha não afeta as operações. Então os olhares voltam-se para o “inaugurado” novo TPS, onde instalam esteiras de bagagem e outros equipamentos. Agora, está oficialmente no enredo a Latam, cuja solicitação de voos entrou no Hotran esta semana. Anuncia o Airbus A320, mas, como sempre há dúvidas no ar, não sei qual a relação ACN/PCN. Certamente, é um capítulo muito positivo pois teremos três bandeiras operando no Lauro Kortz.
Sapo enterrado II
Entre o solúvel e o insolúvel, desconfio que o tempo diluiu a lógica. Sim, ao invés de mais aviões na pista, há décadas o aeroporto é palanque para o desfile de políticos e outros neófitos. Depois de propalada verba, a definição das prioridades desrespeitou a teoria de voo e abraçou a ostentação. Então continuamos com uma pista estreita e mal localizada, mas com um novo terminal de passageiros. Devido aos rotineiros cancelamentos de voos, o terminal propiciará conforto para quem aguarda o ônibus. Enfim, uma nova estação rodoviária. No creo en las brujas, pero que las hay, las hay. Ouço falar em sapo enterrado. Até pode ser. Vou conversar com o Pai Magno para saber se temos um caminho espiritual para acabar com essa novela. Seria com Mãe Iemanjá, dona das embarcações e navegações, ou com os bons ventos de Mãe Iansã? Vou descobrir. E segue a dramaturgia com seus altos e baixos. Tudo bem, enquanto essa novela não tiver nenhuma tragédia. Três batidinhas na madeira.
Independência
No sábado, uma força-tarefa deu uma chegada na Independência. A Brigada, com equipes do Batalhão Ambiental, RPMon, Choque e Batalhão Rodoviário, além de Bombeiros e agentes municipais vistoriaram estabelecimentos. Também deram uma geral nas calçadas e canteiro. Já que existem abusos e infratores, infelizmente, necessitamos de mais ações como essa. A Independência não pode ser palco para a circulação de menores, venda de kit tragédia, fumaça de churrasqueiras e outras irregularidades.
Trilha sonora
Pat Metheny e The Metropole Orchestra – First Circle