OPINIÃO

Teclando - 28/12/2022

País paralelo

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País paralelo

Após o país do futebol e o país tropical, agora teríamos um novo e inusitado país? Seria um país paralelo, formado por um grupo com pensamento delimitado tal qual ilhéus ou ermitões desgarrados da realidade. Ouço gente em absoluto tom prepotente dizendo absurdos que não condizem com a lógica em exercício. E, pior ainda, sequer justificam os supostos porquês dessas alusões. Apenas devaneios ou haveria uma espécie de nova ordem detentora de informações secretas ou privilegiadas? Parece que tem gente que escuta apenas aquilo que quer ouvir, interpreta da forma como deseja e raciocina de acordo com aquilo que sonha. Até imaginariam o inimaginável e acreditariam no inacreditável. Iriam além, pois deliram com momentos apocalípticos para o horizonte de cada amanhecer. Bizarro, surreal ou ameaçador? É difícil definir.

Mais difícil ainda ficou a convivência. A comunicação mudou muito e temos novas referências que nos chegam na palma da mão. É algo moderno, porém ainda incipiente para a nossa formatação cultural. E é através desta nova instantaneidade que temos a abundância de informações, mesmo sem o filtro da veracidade. E, como bem sabemos, quantidade não é qualidade. Acredito que o risco esteja na velocidade que permite a sua propagação geométrica, o que é uma porta escancarada à manipulação. Será que já vivemos a ditadura global das redes sociais? Ora, existe um país paralelo à realidade ou será que, por excesso de chatice, achataram o planeta e a Terra ficou literalmente muito chata? Tomara que retome a forma esférica no próximo ano. Afinal, quando o mundo é uma bola tudo fica bem mais divertido. Feliz 2023!

Barulhos

Entre ruídos e ruidosos, sofremos com barulhos em múltiplas escalas. No Município de Passo Fundo estão proibidos “artefatos pirotécnicos que causem poluição sonora, com estouros ou estampidos”. Essa medida também protege sensíveis ouvidos de cães e pássaros. Já em relação ao grosseiro uso de alto-falantes nas portas de lojas, de acordo com o amigo Lauro Röesler, expert em Direito Ambiental, os equipamentos não podem ficar direcionados para a rua. Infelizmente, alguns ainda não bem adaptados à vida civilizada infernizam com som na porta de suas lojas. Entre foguetes e alto-falantes, parece que as sensíveis orelhas dos cachorros estão mais protegidas do que os meus ouvidos.

Mala

Na Copa do Catar o Troféu Mala foi para o autopromocional churrasqueiro da carne de ouro. E a Copa ficou com os argentinos que, de fato e de direito, são os grandes assadores. Enquanto o cara do bife de ouro queimou o assado, o churrasco portenho foi servido ao ponto com autêntica maestria.

As festas

Final de ano, dinheiro no bolso e o brilho piscante das luzes do pinheirinho dão um toque especial para as festas de final de ano. É um clima que amolece corações, pois somos mais bondosos e até mais generosos. A sensibilidade nos transforma e ficamos mãos-abertas. Olhamos para o próximo com um brilho nos olhos e, já ao primeiro gole, somos emotivos e esbanjamos sorrisos. Brindes, abraços e a felicidade das festas traz cumplicidade e envolvimento. Já com o bolso vazio as luzes da árvore ficam opacas, a fraternidade evapora, os sorrisos desaparecem, o brilho é de olhos marejados e a festa vira depressão.

Água

Pois não é que boa parte de Passo Fundo ficou sem água em pleno 24 de dezembro, véspera de Natal. Até parece piada, mas os preparativos para esperar o Papai Noel foram com balde e canequinha.

Charadinha

Para quem gosta de escândalos, estouros e o escambau retumbante, fica uma perguntinha de final de ano. Aliás, uma bela charada para desvendar entre os brindes do réveillon. O que é, o que é que uma mesma turma continuará fazendo no próximo ano com “logística” de 20%?

Trilha sonora

A música de Garoto que recebeu letra de Vinicius de Moraes e Chico Buarque de Hollanda. Taiguara – Gente Humilde


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