A solenidade de posse do presidente Lula e do vice Alkmin, transfigurada na sua simbologia de acolhimento aos segmentos oprimidos, na entrega da faixa, acelerou o ódio dos extremistas de direita. O comando desmoralizado dos perdedores da disputa eleitoral retomou ímpeto do rancor, afrontando a legitimidade democrática. A atuação das instituições republicanas da nação instigou a secular maldade oligárquica. Sem razão plausível para violência. Para o segmento paranoico da sociedade adoecida, é inadmissível que um civil oriundo da classe trabalhadora seja eleito presidente pela terceira vez. Os ataques diretos à sede dos poderes constituídos escancarando atos criminosos de destruição material protagonizados por marginais afrontaram a democracia. Excitados mercenários celerados formaram uma linha de ataque hediondo contra o poder legítimo. Desde a era romana, Cícero advertia “intrasti urbem ambula juxta ritum eius” (entraste numa cidade, anda conforme suas leis). A desobediência civil chegou os estertores no atentado contra as casas do Legislativo, Judiciário e Executivo da nação. O quadro de amargura ficou materializado na destruição, depredação do patrimônio público. Os indutores da desordem social, escondidos em estruturas de poder no Brasil e exterior não têm o menor pudor.
Tolerância
O governo do Distrito Federal, a quem cabe a garantia da segurança na Capital Federal, falhou. A intervenção decretada pelo presidente Lula afastou o governador Ibaneis Rocha do comando. A recomendação de relativa tolerância ao movimento de protesto não foi compreendido pela porção perdedora das eleições. A postura, tipo corpo mole, do procurador geral da República Augusto Aras, a anfibologia da minoria militar, e a fragilidade intencional das polícias oficiais foram toleradas em demasia. O governador demitiu o secretário de segurança do DF, reconhecendo seu favorecimento ao descalabro. Aras veio a público tentando explicar letargia funcional já conhecida e acena com posicionamento de missão acusatória diante do crime escancarado. A violência é escandalosa. Ibaneis Rocha é afastado do poder, por determinação do Supremo. Já se fala em impeachment contra o governador, por omissão.
Roubo e destruição
A destruição do patrimônio no comando supremo do poder democrático institucional é devastadora. A invasão ao Planalto, além do caráter violento e criminoso, indica que foi apoiado por um esquema de inteligência, com roubo de armas letais da sede governista.
Mandantes
A firmeza do Supremo Tribunal Federal, na prevenção aos crimes de ordem pública perpetrados, comprova a necessidade desta vigilância. O judiciário atua na vanguarda das garantias de segurança e liberdades democráticas. Com os atentados ao patrimônio público praticado por delinquentes antidemocráticos evidencia-se a urgência da investigação a respeito do poder econômico que sustenta a barbárie. São mais de 300 presos em flagrante, ônibus retidos pela polícia e uma investigação persecutória. Afinal, quem são os mandantes? A omissão de autoridades que declinam do dever de assegurar a paz social é pauta reconhecidamente necessária. Em nome da leniência há postura condenável nos órgãos oficiais.
Golpe frustrado
O recente histórico de atentados contra instituições sagradas da nação mostra pertinaz propósito de destruição para desestabilizar as conquistas democráticas. Os métodos da violência e o crime contra o desejo de paz e retomada do desenvolvimento e justiça social opõem-se a índole pacífica do povo. A grande maioria do povo resiste aos que provocam o caos social. Os atos de violência fazem parte de uma provocação estratégica de subversão da ordem pública.
Tiro no pé
As atrocidades dos mercenários do crime contra a democracia expõem a face vergonhosa e covarde de extremistas. Vários mandatários do planeta já se manifestaram solidários aos poderes da nação ultrajados. A boiada não passou na sua fúria insana. E o intento imoral não teve o sucesso desejado. A intervenção decretada pelo presidente Lula mostra os primeiros passos de garantia do estado de direito. Os algozes da nação queriam tomar o poder e impor uma ditadura. Foram frustrados. Tiro no pé!