O céu é o limite?
O que acontece não é por acaso. É planejado. Aliás, muito bem planejado. Inicia no inconformismo para atiçar o revanchismo. A pá de cal sobre a verdade, via redes sociais, abriu espaço para a multiplicação das mais absurdas mentiras. E hoje não faltam canais para a sua proliferação. Por esses caminhos há um amplificado apito de cachorro, que produz mensagens dissimuladas com forte conteúdo agressivo. São palavras inocentes que despertam apenas ouvidos obedientes.
Na verdade, estamos num tabuleiro de xadrez e sequer sabemos em que casa nos colocaram, pois as peças sofrem manipulação sistemática. O objetivo não é um xeque-mate tático ou técnico como mandam as regras. Os movimentos visam algo fora da normalidade. Inclusive o caos. A ficção invade a realidade e mostra a sua cara de fora-da-lei. Não há limitações para a insanidade fictícia e o perigo é quando ela se materializa. Ao que parece, o objetivo é estancar a lógica e acabar de vez com qualquer tipo de argumentação. E nessa proposta valem todas as artimanhas.
Parece que voltamos aos tempos em que Jota Silvestre apresentava na TV Tupi “O Céu É o Limite”, uma alusão aos sonhos da humanidade. Então, olhando para o céu, até os extraterrestres entraram em cena. E, por incrível que pareça, se enquadraram direitinho na corrente linguagem do faz de conta. Um faz de conta que, ao contrário do antigo programa de televisão, parece não ter limites. Porém, é necessário recolocar os pingos sobre os is. Entre os inconformismos e a realidade há uma enorme cratera, onde a lógica e o respeito resistem. É inaceitável qualquer fato ou ato que desrespeite às normas de convivência. Abominável e injustificável é a conduta daqueles que prevaricam diante do crime aos seus olhos. Ou, ainda, quem desaparece no infinito azul. Não adianta olhar para o céu, porque os extraterrestres não são os culpados. E, obviamente, para tudo há um limite.
Calhandras, papagaios e cardeais I
Melhoramos em alguns aspectos, pioramos em outros. No Rio Grande do Sul, por exemplo, evoluímos muito na preservação das aves. Lá bem antigamente, era comum o uso de espingardas, alçapões e até redes para fornecer “matéria-prima” para as famigeradas passarinhadas. Em proporções menores, a piazada utilizava bodoques (aquilo que no centro do país nominam de estilingue) para matar passarinhos. Depois vieram as antididáticas espingardinhas de pressão, cujos malignos chumbinhos espalhavam plumas pelo ar e manchavam de sangue os galhos das pitangueiras. É óbvio que escassearam os pássaros nos campos e nas cidades. Porém, de alguns anos para cá, constato mais seres alados cortando o céu de Passo Fundo. No Centro, até canários encantam com seus cantos. Dia desses observei que na Petrópolis as penas têm múltiplas cores, tamanha a variedade de aves no tráfego aéreo.
Calhandras, papagaios e cardeais II
E não são apenas espécies urbanizadas mais conhecidas como Sabiá e João-de-Barro. Passam bandos de papagaios, que acredito ser de Papagaio-charão ou algum tipo de caturrita. O mais interessante é que podemos apreciar de perto um lindo Cardeal com a sua cabeça vermelha. Parece que as gerações recentes dos pássaros já não temem a presença do homem, agora menos ameaçador. Isso vale para a Calhandra que, pelo seu lindo canto, dá nome ao troféu da Califórnia da Canção: a Calhandra de Ouro. As simpáticas calhandras desfilam com elegância pelas calçadas da Petrópolis. Enfim, há uma infinidade de aves nos bairros e no entorno de Passo Fundo. Merecem cuidado, pois ouvir os seus cantos e vê-las voar é uma aula de arte e liberdade.
Mistérios de Ibirubá
Volta e meia, os enigmas de Ibirubá vêm à tona. A cidade já é bastante conhecida pelos seus alardeados túneis. Agora, há um novo mistério rondando um supermercado da cidade. Filmaram um suposto fantasma retirando um carrinho da fila e conduzindo-o em direção à porta. Então, dos túneis aos fantasmas, não faltam mistérios lá pelas bandas de Ibirubá. Túneis, fantasmas... Sei lá? Até vislumbro a possibilidade de que esse fantasminha escapou de um túnel apenas para buscar suprimentos no supermercado. Ou a intenção seria utilizar o carrinho como vagão para transformar o túnel em metrô?
Trilha sonora
Da quinta edição da Califórnia da Canção, em 1975, a letra do poeta Luiz Coronel com música de Marco Aurélio Vasconcellos, a magistral interpretação de Ivo Fraga e, de lambuja, a flauta de Plauto Cruz – Cordas de Espinho