OPINIÃO

Teclando - 25/01/2023

Filosofia suburbana

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Filosofia suburbana

A maneira como as pessoas vivem, pensam e agem varia muito de um local para outro. O comportamental é diferenciado e fica nítido da maneira de vestir ao linguajar cotidiano. Aqui no Rio Grande do Sul temos regiões e cidades com características marcantes. A base é histórica, pois desde a formação dos povoados as localidades mantêm as suas tradições de acordo com as etnias dos imigrantes que ali aportaram. O sotaque e a culinária são fatores marcantes nesses perfis regionais, peculiaridades que valorizam as raízes culturais que até podem ser caricatas e divertidas. Passo Fundo também mantém um modus vivendi característico. Cosmopolita, mesmo com uma sinergia regional, não perde vínculo com as suas origens. Atrai gente e pulveriza conhecimentos. Sempre houve uma tendência em seguir a fidalguia urbana, pois a ação centrífuga distribui os conhecimentos dos mestres de suas melhores escolas.

Houve época em que a fina-flor da intelectualidade ecoava pela cidade, nas letras, na música ou pela conduta de vanguarda. O espelho era a elite intelectual. O repasse de valores e conhecimentos fortalecia a hegemonia da sociedade passo-fundense. Porém, de uns tempos para cá, uma lenta corrosão de condutas distorce valores. Observo que, internamente, o pensamento coletivo sofre com as más-influências periféricas. Grossura em alta e aplausos à vulgaridade invertem o fluxo cultural. Surgiu uma ação centrípeta, onde o pensamento suburbano oxida o eixo da consciência coletiva, descaracteriza a sociedade e tira o brilho da sua intelectualidade. Então é hora do mea-culpa, pois direta ou indiretamente todos somos culpados por permitir que a ignorância dê as cartas. Para reverter esse quadro é necessário resgatar valores, respeitar o conhecimento, coibir a vulgaridade e preservar o nosso patamar cultural.

Aeroporto I

Na tão aguardada abertura do novo terminal de passageiros do Lauro Kortz, até passageiros, aeroviários e aeronautas foram vistos em meio aos políticos que circularam por lá. O novo TPS é grande, bonito e confortável. Mas, para que ninguém se iluda, é bom ressaltar que a estação de passageiros não altera as condições operacionais. Mesmo com grandes investimentos e melhorias, persistem as questões relacionadas ao vento de través e à altitude. Ao contrário do que leio nas redes sociais, a novela aeroporto não terminou. No mínimo, ainda é necessário o alargamento da pista. Ou, é claro, o mais correto: construir um novo aeroporto em local adequado.

Aeroporto II

Chama a atenção o espaço para estacionamento de ônibus em frente ao TPS. Como não há linhas de coletivos urbanos para lá, certamente são destinadas aos ônibus que levarão os passageiros para Chapecó quando houver cancelamentos de voos pelo vento ou falta de visibilidade. Ainda em abril do ano passado, o novo terminal teve uma espécie de comício-inaugural mesmo sem nenhuma infraestrutura interna. Agora houve a abertura operacional com direito ao tradicional batismo do jato d’água dos bombeiros. E, assim como novela boa merece reprise, já ouço falar em mais uma inauguração. Com ou sem vento de través!

Apito de cachorro

É interessante estar atento ao efeito do apito de cachorro. É aquilo que não ouvimos, mas para alguns resulta em uma espécie de ordem. Aliás, palavras de ordem com significado programado. Alguém "assopra" e as redes sociais pulverizam o "som" silencioso que reverbera por aí. Essa é uma das poucas explicações que encontrei para o inexplicável.

Rumores

Há rumores sobre a antecipação da reabertura do calendário festivo da Mesa Um do Bar Oásis. O convocador oficial, Aldo Battisti, mantém a postura de não confirmar nada. Mas também não esconde nada sobre os burburinhos que rondam a confraria. Em jogo aberto, ele fala sobre duas propostas de verão. Uma vinda de um produtor rural que colocou uma ovelha na roda. A outra seria para uma assembleia ao ar livre nas margens da Barragem de Ernestina. “Mais eu ainda não posso contar”, disse Aldo de forma enfática.

Fôlego

Por uns dias a coluna descansa para um fôlego do colunista. Até já.

Trilha sonora

Vincent Bell - Airport Love Theme


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