A inconveniência da miscelânea
Noite dessas no Bokinha, alguém fez a seguinte pergunta: “o que está acontecendo com a noite de Passo Fundo?” O questionamento é válido, pois a nossa noite já não tem os mesmos encantos de antigamente. Isso não é a resposta de um nostálgico boêmio, é um simples comparativo com aquilo que enxergamos. Restaurantes e bares tradicionais fecham um pouco mais cedo e o público mudou muito. Aliás, o nível do que vemos nas ruas despencou. Já não temos mais aquela turma elegante caminhando pelas calçadas, roupas transadas e exalando bons perfumes. Agora há correrias, brigas, tiros e o fedor de fumaça nas calçadas.
E, entendam, não digo isso por preconceito ou desdém social. A mistura de públicos e ambientes é sempre perigosa, pois não há uma aclimatação natural. Isso fica evidenciado ao amanhecer, enquanto esses arruaceiros esperam pelos primeiros ônibus. Gritam, brigam, batem nas placas e grades das lojas e chutam tudo que encontram pela frente. Parece que estão se despedindo do paraíso, onde podem fazer de tudo, pois onde moram não fazem isso. Se fizerem, apanham. Certamente, essa mudança comportamental inicia a partir do funcionamento de algumas espeluncas em áreas nobres. Locais que, se não ilegais, beiram à ilegalidade.
Vendem o kit tragédia, aquela perigosa mistura de álcool com energético de quinta categoria e até gelo de origem duvidosa. Há, é claro, muitos menores circulando pelo centro. Sim, crianças mesmo, que frequentam baladinhas numa boa! Enfim, a rafuagem tomou conta da noite. Entre deselegâncias e ilegalidades surge um clima de insegurança que afasta o público. Então, respondendo sobre o que acontece com a noite passo-fundense, resumo que é o resultado da inconveniência da miscelânea. Isso já é coibido pelas fiscalizações, mas, obviamente, poderia ser com muito mais rigor. Público e estabelecimentos agradecem.
Parceria
Não basta vender, tem que ser parceiro. Vi nas prateleiras da Farmácia São João do Bella Città várias placas alertando seus clientes sobre o aumento dos medicamentos. O aviso lembra que no próximo dia 1º, sábado, os remédios serão majorados. Assim, não pegam ninguém de surpresa e, ainda, facilitam a vida dos seus clientes. Os atendentes também alertam sobre o aumento. Um belo gesto de cumplicidade e credibilidade.
Barão de Itararé
Entre malandros, malandragem e a falsa malandragem, não podemos negar que já tivemos habilidosos trambiqueiros por aqui. E não estou falando de reles aplicadores do conto do bilhete ou passadores de chiquitas em canchas retas. Refiro-me aos refinados golpistas que muitos fazem questão de se esquecer. Pois bem, os tempos são outros. E os golpistas também. A vigarice de hoje é bem diferente, não pega pouca coisa e figura mais nas crônicas sociais do que na policial. São as grandes negociatas, aquilo que o Barão de Itararé descrevia como “todo bom negócio para o qual não fomos convidados”.
Singela dúvida
A programada e tão enaltecida privatização do Aeroporto Lauro Kortz acabará com o vento de través? Diminuirá a altitude da pista?
Mesa Um
Acabou a abstinência. Amanhã, quinta-feira, a turma da Mesa Um do Bar Oásis faz Assembleia Festiva Ordinária. A retomada dos encontros será no Clube Comercial tendo como paraninfo o confrade Artur Dreher Simões.
Colussi
O vereador Rafael Colussi assumiu a Secretaria do Meio Ambiente de Passo Fundo. Justificando a escolha, o prefeito Pedro Almeida destacou o trabalho de Colussi à época em que coordenou a fiscalização do meio ambiente. Agora o novo secretário deve repetir o excelente trabalho na fiscalização, quando acabou com os alto-falantes na porta dos estabelecimentos. Nossos ouvidos agradecem.
Ontem e hoje
Pessoas não são como páginas viradas. Pessoas têm história. Ora, aposentados, reformados ou jubilados merecem muito respeito. Especialmente onde trabalharam por muitos anos. Não foram alguém. Ainda o são. Portanto, não podem ficar no esquecimento. Ao contrário, sempre serão dignos de muito júbilo.
Trilha sonora
Juca Chaves – Paris Tropical
