OPINIÃO

Conjuntura Internacional

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Cezar Roedel

Consultor de Relações Internacionais

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A Inteligência Artificial (IA) emerge como poderosa ferramenta, capaz de influenciar diversas áreas e não poderia ser diferente com as relações internacionais. A IA é entendida, em termos tecnológicos, como a capacidade de máquinas executarem operações complexas em substituição a seres humanos. No aspecto global, a IA traz importantes contornos. O primeiro deles está relacionado à economia mundial, uma vez que a IA possui grande potencial de afetar diretamente o trabalho humano, automatizando funções importantes, capazes de mudar, de forma significativa, o plano da economia global, inclusive o comércio. O segundo está relacionado com a balança de poder, já que a IA é capaz de transformar a relação entre os países, pois, apenas alguns possuem acesso às tecnologias da IA que podem, inclusive, serem aplicadas em guerras futuras. O terceiro vincula-se com a segurança internacional, visto que a IA consegue auxiliar na detecção prévia de ameaças à estabilidade, no monitoramento de fluxo imigratório e até, na previsibilidade da emergência de novos conflitos internacionais.

 

A guerra 

O aspecto central na influência da IA na guerra é a automação de armas. Aqui surge uma questão ética também. A IA possibilita que as tomadas de decisões possam ser feitas sem a intervenção humana, como em um ataque de drone, por exemplo. Isso tem potencial de aumentar a eficiência em uma guerra, como também trazer uma problemática, cujo curso de ação não possa ser revertido. No sentido de operações militares, a IA surge com força também no aspecto da vigilância e monitoramento, possibilitando às forças militares a obtenção de informações cruciais, capazes de antecipar o surgimento ou escalada de conflitos internacionais. Em sentido geral, a IA permite auxiliar no planejamento das operações militares e nas próprias tomadas de decisões humanas, criando uma proteção contra-ataques cibernéticos. A eventual ausência de controle humano na utilização de força letal, traz uma questão ético-moral, de difícil solução.

 

As armas 

No aspecto das armas, a IA traz significativas mudanças. A primeira delas são os sistemas de armas autônomas, que conseguem tomar decisões por conta própria, sem a intervenção humana, a partir de algoritmos que identificam alvos e promovem o ataque. Desse tipo de arma, poderíamos citar o drone de ataque MQ-9 Reaper, equipado com IA. Outro tipo de arma que surge são os mísseis autônomos, com sistemas de orientação por IA possibilitando uma maior precisão. Os sistemas de defesa aérea também são beneficiados, com maior precisão perante ataques. Os sistemas de vigilância ficaram mais poderosos, cobrindo espaços maiores. Entre os países com maior investimento militar em armas com IA poderíamos citar os EUA, China, Israel e Rússia, que têm desenvolvido uma série de tecnologias com IA, como armas autônomas, robôs de combate e sistemas de defesa aérea. Ainda não há qualquer tipo de regulação internacional sobre o uso militar de IA e, principalmente, sobre os sistemas de armas autônomas. Todavia, os investimentos são altos e, cada vez mais, estamos caminhando para um cenário em que a IA pode ser decisiva no campo de batalha, onde vencerá aquele que possuir a tecnologia mais avançada.

 

 


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