OPINIÃO

Teclando - 12/04/2023

Jornalismo histórico

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Jornalismo histórico

Na semana passada, tive o privilégio em participar de um encontro no Instituto Histórico de Passo Fundo. A ideia do presidente Djiovan Carvalho foi tirar a poeira da memória jornalística. Com o respaldo da jornalista e pesquisadora Fabiana Beltrami, a proposta do IHPF foi alusiva ao Dia do Jornalista. Dividi a bancada com Celestino Meneghini, Ieda Almeida e Ivaldino Tasca. Cada qual abriu o seu próprio arquivo, rolaram casos e causos enquanto personagens das antigas invadiram a sala.

Com a memória atiçada, nossas agulhas permitiram costurar belos retalhos do trabalho que exercemos por muitas décadas. As tragédias de longa data foram abafadas pelos momentos folclóricos que renderam imensas gargalhadas. A profissão de jornalista ganhou espaço para comparativos entre o presente e o passado. Aí a cronologia exigiu uma avaliação das tecnologias disponíveis, pois passamos pelo rústico empirismo até os invisíveis emaranhados cibernéticos. E a vida de jornalista? Sim, falamos sobre nossas fontes, pautas, obstáculos, regalias, adversidades e conquistas.

Meneghini não conteve as lágrimas ao recordar um telefonema de Múcio de Castro, quando foi convidado para atuar em O Nacional. Mantive-me na minha trincheira em defesa da mídia local e evitar a evasão das nossas joias para fora daqui. A conversa ampliou o vínculo da história com o jornalismo, pois o material jornalístico é documento e fonte de pesquisa para historiadores. A história pode ser a nossa pauta, mas o resultado será a matéria prima para os pesquisadores de amanhã. Entre histórias sobre pautas e pautas históricas, o papo foi longe e é interminável. E teve até um bônus track, quando Meneghini aceitou fazer a sua singular imitação de Dom Cláudio Colling. Quem não foi, perdeu. Bem feito.

Galo do tempo I

Vai chover? Do empirismo à tecnologia, a meteorologia está sempre ao nosso lado. Somos curiosos em saber sobre as condições do tempo. Há mais de meio século, conhecemos o Galo do Tempo. É uma espécie de bibelô com a figura de um galo que muda de cor: azul para seco, rosa para chuva. Acho que li sobre isso num volume de “Meteorologia – Fatos & Mitos” do nosso Gilberto Cunha. Como funciona? Simples, a cauda do galo é revestida com cloreto de cobalto (II) anidro que é sensível à umidade. E, como o Galo de Barcelos é o símbolo de Portugal, o invento é do português José Dias Cardoso. Desde 1960, o souvenir saiu de Portugal e se espalhou pelo mundo.

Galo do tempo II

Aqui pelo Planalto Médio o tempo é bem mais arisco e o vento de través até depena galo fora do eixo. O Boqueirão é sinônimo de meteorologia e as suas nuvens desafiam cientistas dos dois hemisférios. Mas, nos últimos tempos, também temos por aqui o nosso Galo do Tempo. É o Remeleixo, conhecido como Neucir Rebelatto. De acordo com o seu posicionamento no Café do Borga já temos um indicativo das condições do tempo. Quando ele utiliza uma mesa na calçada vira atração na General Netto. Quem passa por ali pergunta “e aí, Remeleixo, vai chover hoje?” O segredo seria o ângulo de incidência em relação às nuvens do Boqueirão. Se alguém duvidar, observe e constate que quando a sua cadeira não está encostada na parede é sinal de chuva. E, ocasionalmente, quando a cadeira fica próxima ao meio-fio teremos temporal. Dos grandes!

Mesa Um

Incrédulos e crentes, creiam. Léo Castanho abriu a mão e confirmou que paraninfará a próxima Assembleia da Mesa Um do Bar Oásis. Será em encontro diurno com um almoço contemplando a plácida orla de Ernestina. Data e cardápio? Mistérios!

Premonição

As ações de forças-tarefas na Independência, lenta e gradualmente, vão resultando na assepsia da área. Porém, causa estranheza a premonição do pessoal de uma espelunca que, coincidentemente, não abre em noites de abordagens. Apenas sorte?

Operação cotonetes

Pessoal da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Passo Fundo começa silenciar os malfadados alto-falantes na porta das lojas. Segundo meu consultor ambiental, Lauro Röesler, primeiro há uma advertência, depois multa, se reincidir multa majorada e se genérica a reincidência o valor é duplicado. Caso a reincidência for específica, triplica o valor da autuação. Entonces...

Trilha sonora

Já que a coluna atrasou um pouquinho e nosso editor Gerson Lopes é fã do cara, aqui está: João Bosco – O Rancho da Goiabada


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