OPINIÃO

Oito de janeiro

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Os efeitos colaterais do infame acontecimento de 8 de janeiro, com a invasão barbaresca da praça dos três poderes da República vêm tratados com a devida seriedade. O ministro interino da Defesa, Ricardo Capelli, entregou ao STF as imagens do Palácio do Planalto contendo os momentos da invasão, inclusive com a presença do ex-ministro General Marcos Gonçalves Dias. As versões ou narrativas que emolduram as revelações ainda são objeto de investigação. Afinal, são quinhentas horas de filmagens. O general já depôs e disse que agiu de forma estratégica, encaminhando os invasores para outro andar para que o reforço de segurança coibisse o crime de violência contra a democracia. Embora ainda cedo para conclusão de quem absorve os fatos pelas notícias da imprensa, é necessário distinguir-se a implicação de quem agiu fragorosamente em delito, com depredação do patrimônio nacional e atos de violência criminosa. As responsabilidades dos agentes autores da violência têm como suporte impositivo a prova da materialidade e autoria, fartamente apurada pelas imagens e complementada pela investigação. Para estes há evidência do cometimento de diversos crimes praticados que exigem o devido processo legal de responsabilização. Nem por isso ficam imunes à responsabilidade os que são indigitados no trabalho de inteligência que avalia amplo espectro de incitação, velada ou não, aos preceitos de proteção constitucional da democracia. Nestes casos inclui-se averiguações administrativas genericamente em cometimentos por omissão. É prudente a preservação das narrativas longe das mentiras, venham de onde vier. Sim, precisamos distinguir a ação fundamentalista que renega a democracia em antos de vandalismo e ameaças de morte, evidenciadas sobejamente, das demais circunstâncias que estão sob suspeita ou investigação. Até o momento, nenhuma comprovação é capaz de desfazer a conotação clara de que as invasões foram praticadas sob articulação criminosa golpista dos acusados. Embora o amplo direito de defesa, a inversão da suposta culpa não pode ser invertida. Aqueles que defendem o sistema ditatorial, realmente não compreendem o devido processo legal, da nossa democracia. 

 

 

Academia de Letras

Significativos momentos vêm marcando a celebração dos 85 anos da Academia Passo-Fundense de Letras. Na última quinta-feira a comemoração solene e festiva reuniu membros do sodalício e representantes da comunidade em jantar no Clube Comercial. O acontecimento promovido pela entidade cultural, sob a presidência da acadêmica Marilise Brockstedt Lech, teve a presença de representantes da sociedade, além dos membros da Academia. A reunião de eminentes e voluntariosos intelectuais de nossa terra foi fato relevante para a história cultural e artística. A comemoração teve, ainda, a participação do Coral Ricordi D’Italia, que abrilhantou o evento. Os painéis expuseram títulos de obras implacáveis à memória cultural e científica produzida na fonte de saber sempre pulsante de nossa Academia Passo-fundense de Letras.

 

Negacionismo perdulário

As revelações sobre o descarte de vacinas, diversos remédios vencidos na gestão bolsonarista são deprimentes. A incompetência negacionista foi levada a terríveis consequências. Além da demora consentido na aquisição das vacinas, medicamentos e logística de combate à pandemia, configurou-se uma situação antagônica perdulária. Os depósitos de medicamentos, equipamentos e material de insumos nos tratamentos de emergência, mesmo depois de aquisições não foram liberados para o atendimento de socorro. É o caso de contaminação de incompetência, no mínimo, na distribuição dos medicamentos no prazo de validade. O dinheiro que se dizia escasso foi jogado fora, além do que foi dispendido nas pajelanças e cloroquinas apregoadas pelo então governo.

 

Inadimplência

Os segmentos de trabalho, formal ou informal, veem a crise agravada. A inadimplência dispara. O refluxo financeiro era previsível. A projeção de socorro financeiro via microcrédito em grande parte estacionou na esperança de um prodígio que não se concretizou. É duro, mas estamos enfrentando isso.

 

Respeito

A persistência dos órgãos de repressão ao crime contra a mulher pressiona pela responsabilização criminal de Thiago Brennand. É o típico acinte de prepotência que responde por oito acusações, inclusive de estupro. Acredita na impunidade. Agora, nem tanto, com o processo de extradição. Importante a coragem das vítimas que o denunciam.

 

     

 

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