Chamou-nos atenção a observação de um veterano empreendedor que lidera uma cooperativa rural do Mato Grosso. Hoje o empreendimento é potência nacional com produção agrícola e pecuária, e dinâmica transformação de produtos para o mercado nacional e mundial. Ao descrever os passos de formação e expansão da cooperativa, e projetos de alta tecnologia de produção, ponderou que é necessário o esforço de cada cooperativado, paciência para conciliar a renda da fidelidade dos cooperativados. A parte diretiva, além capacitada auxiliar os filiados, é indispensável pagar as contas, sem se lançar a dívidas que provoquem situações imprevisíveis. Pagar as contas, disse literalmente. A sobriedade dos investimentos dá confiança e responsabilidade aos associados que assumem o desafio. A composição da rede de investidores, especialmente os mais modestos, toca pra frente a capacitação dos negócios ungidos pela significativa eficiência econômica e social. O retorno social é consistente, com indispensável participação de todos os sócios que decidem, produzem e fiscalizam. Enfim, num momento em que pequenos e grandes empreendimentos sentem panorama difícil diante das dívidas, as cooperativas são exemplos de superação das dificuldades, observando que o grande esforço além da produção é pagar as contas.
Sem racismo
No próximo final de semana estaremos lembrando a data de Abolição da Escravatura de estado que perdurou três séculos no Brasil. Apesar de termos sido o último país a abolir a escravidão entre as nações da América, o dia 13 de maio de 1888 foi o marco legal importante. Também é preciso entender que a desumana consciência, até hoje, guarda resquícios condenáveis discriminatórios. O regime de escravidão persistiu com efeitos de amarga prepotência no relacionamento da nossa civilização. A perseguição covarde e perversa permaneceu em formas veladas e até muito explícitas. Os contingentes negros de escravos libertos, migraram por todas as regiões do país. Foram lutas de dor, violência e muito sangue inocente de escravos, além de mulheres e homens que se incorporaram no ideal libertário. O processo de colonização brasileiro continuou com a mão de obra remanescente do vergonhoso período. As comunidades precisavam de trabalho para sobreviver. A exploração do trabalhador sempre foi perversa, nos engenhos, lavouras e campos. Usineiros ou fazendeiros evitavam o acesso de trabalhadores à escola, atingindo pretos e brancos. É por isso que o processo de libertação vem acontecendo hoje diante da abertura à educação e ensino, para os menos favorecidos brancos e negros. O mofo das consciências precisa ser arejado. Trata-se da corrigir a pusilânime presunção que ainda afronta o bom senso humano, como adverte Jose Hernandez: “Cuentan que de mi color/ Dios hizo al hombre primero;/ mas los blancos altaneros,/ los mesmos que lo convidam/ Hasta de nombrarlo olvidan/ Y sólo le llaman negro”.
Adulteração
Há dez anos a criminosa adulteração do leite comercializado era denunciada formalmente no estado. O processo de deterioração escabrosa do sagrado produto de nutrição familiar foi estancado na operação “Leite Compensado”. A adulteração ocorria principalmente na operação de transporte do leite coletado, mas tolerado, pelo menos, por algumas indústrias de laticínio. A mistura era sinistra, entre água oxigenada, ureia, soda, etc. As mães ficaram furiosas, sabendo que seus bebês eram alimentados com produto contaminado. Já houve condenações de malfeitores na tragédia do leite, verificada em 85 municípios gaúchos. Por via das dúvidas, é sempre bom vigiar, para que essa violência social não reapareça no alimento que é fundamental para as famílias, especialmente as crianças. A propósito, a Anvisa está regulamentando com mais rigor o comércio de embutidos. Sanitaristas vêm martelando há tempo sobre o assunto. Aglomerados prejudiciais devem ser banidos da linha de consumo.
Ordenança
Em crise o conceito mais recente de disciplina envolvendo a área militar. Agora cabe à investigação policial o caso do ex ajudante-de ordens Mauro Cid sobre a possível falsidade nas certificações de vacina Covid. Ele fez tudo por conta própria ou cumpriu ordem?