OPINIÃO

Teclando - 17/05/2023

O azar que dá sorte

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O azar que dá sorte

No Brasil os jogos de azar estão proibidos desde 1946. Após 77 anos isso é uma tradição jurídica e comportamental. Desde pequeno, sempre soube que carteado por dinheiro é proibido, roleta só no cinema, rinha de galo é crime e pôquer nem pensar. Rifa, mesmo aquela da escola, é proibida, sim! Há, é claro, os bichos toleráveis, como os cavalos que correm nos hipódromos. E ponto final. A única legalidade para tentar a sorte são as loterias oficiais. Além da Caixa Federal, já tivemos a loteria da Caixa Estadual, mais uma obra do Brizola apagada pela borracha da politicagem. Então, imaginem uma aposta sem a lógica da proporcionalidade? Sabe-se que as chances matemáticas são exatas.

Mas e quando depender da ação do ser humano? Aí o buraco é mais embaixo, a baixaria é gananciosa e a ganância não tem escrúpulos. Até os filmes explicitam os cambalachos de crupiês e a patifaria nos bastidores dos cassinos. Ora, se o preto no branco oficial, com papel impresso, lojas físicas e atendimento presencial já deixa pulgas atrás das orelhas, imaginem algo online? E, ainda, envolvendo o ambiente matreiro do futebol? É uma piada de mau gosto e urucubaca explícita. Não sei se isso foi liberado, pois contradiz com a nossa tradição precavida contra o azar. Embarcamos na barca furada de uma onda de ‘liberou geral’ e agora temos o ‘escancarou geral’. É o cúmulo de a ingenuidade pensar em jogo quando as peças são pessoas nascidas e criadas numa cultura sem apostas.

Sorte é acertar quando a probabilidade é matemática e não depende de peças humanas, protagonistas ou manobristas. Azar é acreditar que a maracutaia é coisa séria. Ora, atiçaram a ganância do ser humano e já estoura no lado mais frágil: os jogadores de futebol. Então, pela lógica, aposto que os mentores do crime não serão presos. E se o forem, a banca pagará muito mais. Quer apostar? Além do estrago para atletas e clubes, isso representa uma máquina para a lavagem de dinheiro. E nunca é demais lembrar que, além dos sonegadores de plantão, os traficantes e outros criminosos também necessitam esquentar dinheiro. Podem apostar. Boa sorte!

Chope em lata

Para aqueles que apreciam um bom chope tenho duas informações importantes: uma boa e outra ruim. Com colarinho maduro, começamos pela boa. A AmBev está lançando o Chopp da Brahma em latas de 350ml. Não é cerveja pasteurizada. É chope de verdade. De acordo com o amigo Marco Zandoná, da Disfonte, por se tratar de cerveja crua, exige armazenamento e transporte com refrigeração. A AmBev ainda não apresentou como será essa logística para o Chopp da Brahma em latas. E, agora, a notícia ruim: ainda não há previsão de quando as cremosas latinhas chegarão a Passo Fundo. Inicialmente, em forma de teste de mercado, o chope enlatado é distribuído pelo Zé Delivery apenas no Rio de Janeiro. Então, façamos uma corrente positiva para que as cobiçadas latinhas da cremosidade logo cheguem por aqui também.

Sonômetro

A grande novidade na Secretaria do Meio Ambiente de Passo Fundo é o sonômetro. O equipamento já está em uso pela equipe de fiscalização, dentro da proposta de acabar com a barulheira na cidade. O sonômetro é fabricado pela Criffer e, de acordo com o secretário Rafael Colussi, permite detectar ruídos a longa distância. No caso das lojinhas com alto-falantes na porta, após a advertência, os estabelecimentos serão multados. Bem-vindo, sonômetro!

“Paralizei”

Ao escrever a palavrinha paralisação, embarquei no erro por confiar nos alertas do editor de textos. E, em um mesmo texto, mandei várias vezes “paralização” com “z”. Minha sorte foi que o Gerson Lopes, mesmo jogando com a 10, estava atento na marcação, paralisou a “paralização”, consertou a jogada e a paralisação ficou redondinha. Erros como esses ocorrem porque confiamos muito nos corretores ortográficos. São ações quase que automáticas e de tanto escrever com o corretor ligado, ficamos íntimos e confiamos no seu trabalho. E como fica o crivo do próprio olhar? Muitas vezes o erro passa batido. É maior a chance de outro detectar. Moral da história: os corretores humanos são bem mais confiáveis.

Estouros

Pequenos estampidos já são ouvidos. É prenúncio de que os estrondos maiores ainda estão por acontecer. Porém, como as primeiras queimas de pólvora já servem de indicativos, surgem indícios de onde as bananas de dinamite estão preparadas. Curiosos? Então aqui vão mais duas dicas: 1) duas detonações em pontos extremos de Passo Fundo; 2) estopins distintos.  

Trilha sonora

De Baden Powell e Vinicius de Moraes, com Andrea Motis e Joan Chamorro Quintet – Samba em Prelúdio


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