OPINIÃO

Conjuntura Internacional

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O G7, grupo dos países mais industrializados do mundo, entre eles: EUA, Reino Unido, França, Itália, Alemanha e Canadá, unem-se ao Japão, em Hiroshima, para as eventuais discussões estratégicas do tabuleiro geopolítico internacional, sendo a Ucrânia um dos temas mais importantes. Fumio Kishida, atual primeiro-ministro, faz a vez de anfitrião, em um momento de muitas preocupações do país, com os seus vizinhos, entre eles, China e Coréia do Norte. O Japão condenou abertamente a guerra ilegal de Putin, sendo um dos países a enviar auxílio financeiro a Kiev. A preocupação de Kishida é que o cenário que se apresenta no leste europeu, possa se alastrar ao Indo-Pacífico, com outros players.

 

Ameaças 

Nos últimos anos, a projeção internacional do Japão tem aumentado, com a condução do primeiro-ministro. A razão é a necessidade, cada vez maior, do país em buscar se defender das ameaças que o rondam e que são diferentes das décadas anteriores. Uma das ameaças, talvez a mais visível, é a Coréia do Norte, que tem reforçado os seus programas de mísseis balísticos, capazes de carregar armamentos nucleares. Soma-se a isso, o risco de possuir um vizinho completamente instável, uma verdadeira incógnita, ainda mais nesses tempos de escalada militar. Os mísseis norte-coreanos têm atingido, inclusive, o mar territorial japonês, em flagrante desrespeito às normativas internacionais. Outra ameaça é a China, que tem reforçado a sua projeção militar no Indo-Pacífico, colocando em risco as águas e o espaço aéreo japoneses. Dentro desse cenário, emerge a incerteza de como a “parceria sem limites” entre China e Rússia vai impactar a geopolítica do Japão. O momento será de uma aproximação estratégica, ainda mais forte, com os seus aliados ocidentais, principalmente para conter o avanço chinês e a ameaça norte-coreana.

 

Pautas estratégicas 

No atual momento, não poderia ser diferente o enfoque do G7, senão a guerra que transcorre na Ucrânia. A emergência de narrativas nucleares, por parte de Putin, certamente induzirá a discussão de estratégias no sentido de se conter a proliferação de armas nucleares. Outra pauta parece ser a China, uma vez que a região do Indo-Pacífico é palco de tensões, impelindo, cada vez mais, a necessidade de exercícios militares do Japão com os seus aliados ocidentais. Taiwan passa a ser a grande dúvida geopolítica para o futuro, ao passo em que a China observa atentamente as ações desastradas de Putin ao tentar anexar partes do território ucraniano.

 

Japão se posiciona 

Toda essa conjuntura internacional obriga que Tóquio demonstre a sua influência global e articule-se estrategicamente com os seus aliados do G7, para conter as ameaças no seu entorno geopolítico. Será um desafio a promoção da paz e do direito internacional, com vizinhos que flagrantemente os desrespeitam. O Japão está com negociações em andamento para trazer um escritório de ligação da OTAN. A ação seria inédita, ao levar a influência da organização à região Ásia-Pacífico, mostrando uma nova configuração geopolítica, ao passo em que o Japão revê a sua estratégia de segurança internacional. Enquanto isso, a China já demonstra a sua contrariedade à ideia, o que certamente vai tensionar as relações naquele espaço geoestratégico.  

 

 

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