OPINIÃO

Conjuntura Internacional

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A reunião do G7 serviu para demonstrar o relativo apoio das potências ocidentais à Ucrânia, em meio a uma guerra de trincheiras. Zelensky surpreendeu os líderes do grupo com a sua presença, sendo amplamente recebido e apoiado por todos, com exceção de Lula, que visitava o G7 como ouvinte, o que gerou um profundo desconforto entre os líderes ocidentais. Na reunião, o presidente americano, Joe Biden, fez anúncio de novo pacote de apoio ao Zelensky. O suporte vem em momento que o governo americano envia os caças F-16, podendo treinar os pilotos ucranianos em solo americano. A assistência de segurança é de 375 milhões de dólares, incluindo artilharia e veículos militares. Por outro lado, o Reino Unido também destacou o seu suporte, principalmente no apoio à Força Aérea ucraniana. Foi o segundo líder, no evento, a comentar sobre a necessidade uma “paz justa”, a condição contrária à “guerra justa” – a qual demanda o entendimento não apenas da cessação do conflito, mas da necessária restituição e reparação, que deveria começar com o julgamento dos crimes de guerra de Putin, bem como reestruturar a Ucrânia em termos sociais e econômicos, uma vez que o país resta em condição absolutamente desfavorável, com a infraestrutura em grande parte deprimida. A grande incógnita de um conflito é justamente o seu término, onde princípios morais e normativos deveriam prevalecer.

 

OTAN 

Putin conseguiu a proeza de recuperar o prestígio da OTAN, organização que andava sem um norte fundamentalmente estratégico. Os rumores entre os líderes ocidentais era o de que a Ucrânia poderia tornar-se membro, ainda durante a guerra. Todavia, parece que não há um consenso estabelecido. O líder da OTAN, Jens Stoltenberg, afirmou recentemente que a eventual adesão dar-se-ia apenas após o conflito. Aqui deve haver um cálculo estratégico sobre as possíveis reações russas ao tipo desse acontecimento, o que certamente refreia a possibilidade, pois, seria uma jogada arriscada. A adesão seria um passo decisivo no contorno absolutamente ocidental na postura ucraniana. Há poucos meses, a Finlândia aderiu à OTAN, ao passo em que a Suécia também articula a sua entrada, porém, tem encontrado resistências por parte da Turquia e Hungria.

 

Belgorod 

Enquanto isso, um grupo de russos contrários a Putin assumiu a responsabilidade por uma incursão bélica na região de Belgorod, na porção sudoeste russa, que possui fronteira com a Ucrânia. Não se sabe ao certo o número de invasores, mas o simbolismo é relativamente forte, já que defendiam, segundo fontes, libertar a sua pátria do tirano Putin. Os cidadãos russos lutando contra o Kremlin foi notícia em todo o mundo, colocando Putin em uma situação de fragilidade, justamente no controle de suas fronteiras.

 

Brasil 

O governo brasileiro demonstrou, no G7, a sua incapacidade de ser um país mediador da paz. Os comentários foram completamente desfavoráveis à postura de Lula, durante o encontro, uma vez que evitou dialogar com Zelensky. Lula estava completamente isolado na reunião do grupo, demonstrando o papel que a política externa, inclinada às autocracias, coloca o país em uma zona de risco e isolamento mundial. Os americanos não compreenderam como um país pode querer mediar a paz se não é capaz de dialogar com as duas partes do conflito, nesse caso, a parte agredida – o que se torna ainda mais grave.

 

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