OPINIÃO

O making of da ciência segundo Jim Watson

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Making of é um jargão usado pelo pessoal que atua na área de comunicação para se referir aos bastidores da produção de um programa de TV, de um filme, de uma peça de teatro, etc. Quase sempre, envolve o registro em vídeo, com som e imagem, de como as coisas são feitas. É com o significado de “feitura” ou “processo de fazer algo” que esse anglicismo se presta sobremaneira, em minha opinião, para caracterizar os ensaios e livros escritos por James D. Watson sobre os bastidores da prática científica em geral a partir de experiências vividas por ele, acima de tudo, na corrida pela descoberta da estrutura do DNA.

Jim Watson, como é conhecido nos meios acadêmicos, mesmo sendo um ícone, não é unanimidade na comunidade científica. Algo natural, em um ambiente competitivo, em se tratando de alguém de personalidade e opiniões fortes, que, aos 25 anos foi protagonista de uma das maiores revelações científicas do século XX, aos 34 anos recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia/Medicina, pela descoberta estrutura do DNA, e, aos 40, virou autor de bestseller com o livro The Double Helix. Além de ter sido professor em Harvard, dirigido, de 1968 a 1993, o laboratório Cold Spring Harbor (New York), atuado como primeiro diretor do programa de sequenciamento do genoma humano (1989-1992), ser membro da Academia Nacional de Ciências dos EUA e da Royal Society, etc. Em síntese, partindo de quem fez contribuições científicas relevantes e que atuou como gestor e burocrata da ciência, os seus ensaios e livros sobre regras práticas para alguém ser bem sucedido como cientista deveriam ser leituras obrigatórias para estudantes e iniciantes (ou nem tanto) em ciência, tecnologia e inovação. Incluo-os na categoria de textos e autores que, se lidos no momento certo, podem condicionar destinos e definir escolhas, sejam essas na vida pessoal ou profissional.

Watson ensina que tentar imitar pessoas bem-sucedidas pode ser um começo. Aos 23 anos, com um título de Ph.D. e em busca de algo relevante em ciência, diz que tentou entender a forma como Linus Pauling pensava. Agindo assim, imaginou que conseguiria, pelo menos, escrever artigos científicos tão bons quanto os de Pauling. Foi além, pois, inclusive, em parceria com Francis 

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