OPINIÃO

As violências cotidianas

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A série de atos arbitrários e violentos contra pessoas, de eventos inexplicáveis mostram uma sociedade atormentada pela situação individual de ódio. Thiago Brennand representa personalidade vil, narcisista que agride mulheres nas diferentes formas. Sua performance física carrega um caráter atrabiliário e covarde, como mostram provas de violência à integridade física de mulheres que ousam resistir a seu adiantado estado de prepotência. Nas denúncias contra sua conduta perante mulheres, a covardia com cárcere privado e estupro. É de sua índole bater em mulheres e em homens também, especialmente se forem súditos e fisicamente mais fracos. Seu exibicionismo parece preferir ofensa às mulheres. São vários processos judicializados que apontam crimes do prepotente que se diz milionário. O problema é que esse comportamento incita narrativas reducionistas e até aplausos pelas atitudes que encerram machismo e evidente distorção de caráter. Abominamos costumes fundamentalistas de cerceamento à mulher em países como o Paquistão, que são violações aos direitos humanos. Assim, é coerente repudiarmos acintes criminosos contra a mulher ou pessoas mais frágeis. Reconhecer a gravidade da violência de conotação nazista e exigir ação da autoridade é prevenir perigosa avalanche que deturpa o relacionamento social de nação livre.

No Rio, a absurda agressão ocorrida no porto de atendimento médico Francisco Telles, onde uma médica foi espancada. Covardia. Brutal ataque a uma dedicada profissional médica que atende a unidade de tratamento. Mais um caso que não fica restrito a uma vítima do ódio, mas dissemina insegurança a uma comunidade inteira.

O recente incidente em Roma, onde o ministro Alexandre de Moraes do STF foi agredido com xingamentos, torna-se mais grave com a violência física a seu filho. Ainda que seja livre protestar por razões ideológicas, a violência de palavras e agressão física, por parte de pessoas esclarecidas revolta pessoas de bem. A serenidade democrática exige vigilância contra o monstro individual e coletivo do ódio. E esse mal viceja nos dois extremos partidários. No caso de ataque à família de Moraes, recorremos ao alerta de Eduardo Alves: “Tu sabes, conheces melhor do que eu a velha história. Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite já não se escondem; pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada.” Esse ódio que promete torna-se terror deve conhecer nossa coragem. A democracia não tem pacto com maldades ocultas e nos leva a crer em nós mesmos, com os defeitos da vida, mas com a esperança, fomentando a justiça social. Sejam fortes, juízes deste país, a população precisa deste olhar.

 

Planeta

O episódio grotesco no debate sobre mudanças climáticas foi protagonizado pelo secretário do Meio Ambiente de São Paulo, Antônio Pinheiro Pedro. No debate tentou emplacar estranha tese, sem comprovação, de que a humanidade nada pode ou deve fazer para amenizar as crises ou catástrofes ambientais. Negou o efeito do uso desequilibrado do meio ambiente. “O planeta se salva sozinho do aquecimento global”, resumiu. Pinheiro vem de conluio com o ex-ministro Ricardo Salles, investigado por façanhas permissivas como exportação de madeira de devastação na Amazônia. Logicamente sua intervenção irritou a Ordem dos Advogados e defensores de defeso ambiental. Foi demitido do cargo. Logicamente que a dinâmica da natureza causa grandes transformações no clima global. Seu negacionismo é contra ações minimamente plausíveis para reduzir a poluição causada pelo homem e amenizar efeitos dos desastres implacáveis que nos afligem. Viagem perigosa do senhor Pinheiro.

 

Ministra Nísia

Correta a manifestação do presidente Lula ao reforçar a presença de Nísia Trindade de Lima no Ministério da Saúde. Seu alto conhecimento no setor é resposta aos anseios de uma sociedade que rejeita o negacionismo apregoado contra a respeitável ciência médica do país. 

 


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