OPINIÃO

Sacramento da Ordem

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A Igreja Católica no Brasil dedica o mês de agosto para o tema das vocações: falar e ensinar, rezar e convidar os batizados a ouvirem a voz de Deus e responderem livremente a seu convite. Neste ano celebramos o mês vocacional com o Ano Vocacional que está em andamento que tem por tema: “Vocação: graça e missão” e por lema “Corações ardentes, pés a caminho”. Neste domingo a nossa atenção se volta aos batizados que receberam e receberão o Sacramento da Ordem, isto é, os diáconos, presbíteros, em nosso meio mais conhecidos como padres, e os bispos. Receberam de Deus a graça do ministério ordenado e uma missão específica na Igreja.

Cremos em Deus presente na história, seja no passado, no presente e no futuro. “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre” (Hebreus 13,8). O modo de agir de Deus em toda a história da salvação foi chamar e enviar pessoas para realizar missões específicas em favor do povo de Deus. Do Antigo Testamento podemos citar Abraão, Moisés, Jeremias, Isaías e do Novo Testamento João Batista, Maria, José. Porém, os chamados ficam mais compreensíveis para nós no modo de agir de Jesus Cristo. “Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por meio dele” (João 3, 17). Para realizar esta obra de salvação, em favor das multidões que o seguiam, escolheu alguns entre as multidões para uma tarefa bem específica. Chamou-os pelo nome para estarem com ele e depois enviá-los em missão. Neste grupo de chamados, os mais conhecidos são os apóstolos.

A história dos chamados continua na história da Igreja. Em particular neste domingo, os bispos, os padres e os diáconos rejubilam de alegria por terem sido escolhidos e chamados por Deus para continuar na Igreja a missão que Cristo confiou aos Apóstolos. Deus olhou com amor e misericórdia sobre nós. Diante do chamado de Deus sentimo-nos como Moisés, Jeremias, Isaías e Maria pequenos, incapazes e indignos. Mesmo assim nos confiou a missão que foi confirmada pela Igreja através do Sacramento da Ordem. Através do Sacramento recebemos uma graça especial do Espírito Santo para servir de instrumento de Cristo para sua Igreja, foi-nos conferido um caráter espiritual indelével para configurar-nos a Cristo Sacerdote, Mestre e Pastor. Portanto, o sacramento recebido é gratuidade de Deus para sermos diáconos, ou padres ou bispos, portanto não é mérito e nem direito nosso.

Junto com a graça sacerdotal veio a missão. Fomos “ordenados à salvação de outrem. Se contribuem também para a salvação pessoal, é através do serviço aos outros. Conferem uma missão particular na Igreja e servem para a edificação do Povo de Deus” (Catecismo da Igreja Católica n. 1534). As graças recebidas no Sacramento da Ordem frutificam na missão de pastorear o povo de Deus. A missão pode ser resumida em três ofícios centrais, fazendo o que Jesus fez. O primeiro é anunciar a Palavra de Deus. Jesus passou a maior parte do seu tempo ensinando para que os que depositassem a fé nele o fizessem de forma consciente e livre. A segunda missão é santificar as pessoas pela administração dos sacramentos. Jesus ordenou batizar, enviou o Espírito Santo, deu o seu corpo na Eucaristia, perdoou pecadores, visitou e curou doentes, participou de casamentos. A terceira missão é governar como servidor a comunidade de fé. Jesus se apresentou como Bom Pastor caminhando à frente, no meio e outras vezes vinha atrás para arrebanhar os desgarrados.

Rezemos pelos ministros ordenados para que possam viver sua vocação como graça e missão e tenham seus corações sempre ardendo de amor por Deus e pelo povo de Deus. Sejam incansáveis no ir ao encontro de todas as pessoas nas suas mais diferentes situações sociais e existenciais.

Dom Rodolfo Luís Weber – Arcebispo de Passo Fundo

 

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