OPINIÃO

Conjuntura Internacional

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Parece consenso que a origem do nome do Oceano Pacífico, tenha sido resultado das incursões de Fernão de Magalhães, naquelas águas que pareciam calmas. Hoje, esse oceano abriga tensões geopolíticas que podem mudar o rumo da história. O oceano cobre 1/3 do globo e está cercado por uma série de países importantes, centros nevrálgicos de muitas contendas. Já abordamos aqui na coluna o quão perigoso tem se tornado o Mar do Sul da China, no Pacífico. Considerado como um mar essencial ao trânsito da navegação comercial. A tensão que se apresenta entre a China e os EUA, bem como com todos os países ribeirinhos ao mar, escala cada vez mais. Um verdadeiro entrechocar entre o ímpeto chinês de expansão de seu poderio em uma cruzada quase imperial e a contenção estratégica americana, com vistas a dissuadir o projeto de Pequim e permitir relativa segurança aos seus aliados, na região. Além disso, Taiwan se insere nessa conjuntura marítima, buscando se defender de potenciais investidas chinesas, em exercícios militares constantes, como resposta às ameaças chinesas, cujas incursões aéreas no contorno da ilha, têm criado terror aos taiwaneses.

 

O Alasca 

A mais recente tensão no Pacífico envolveu os EUA, a China e a Rússia. Esses últimos realizaram uma patrulha nas imediações da costa americana. Ao todo, foram onze embarcações de Pequim e de Moscou a adentrar em uma zona sensível para Washington. Pelas informações até o fechamento desta coluna, foram aproximadamente quatro destroyers e mais aeronaves, que perseguiram a flotilha russo-chinesa, no sentido de gerenciar o risco. Trata-se de um movimento audaz, ainda mais se levarmos em conta a conjuntura da guerra na Ucrânia e a “Parceria sem Limites” entre Pequim e Moscou. A incursão russo-chinesa não se deu em mar territorial, mas em águas internacionais, mesmo assim, uma provocação significativa. O simbolismo é grande, ainda mais se considerarmos que se trata da maior frota estrangeira a se aproximar dos Estados, dessa forma e neste momento delicado à política internacional.

 

O Mar do Japão 

Esse mar, também no Pacífico, tem sido palco de demonstrações perigosas, por parte da Coreia do Norte. Cumpre lembrar que dos reiterados testes balísticos norte-coreanos, não foram poucos deles a cair no mar territorial japonês, abrindo uma grande ameaça. Também se destaca as recorrentes violações do espaço aéreo japonês, pelos jatos de Pequim, que atravessam o mar, em direção a Okinawa, a ilha que abriga uma base japonesa. Na última cúpula da OTAN, o Japão teve um lugar de destaque, quando o grupo abriu o seu perímetro às questões Indo-Pacíficas, em uma manobra arriscada.

 

Epicentro 

Há de se considerar que grande parte das tensões geopolíticas hoje existentes, estão justamente dentro do Pacífico, plano que se ampliaria ainda mais se considerássemos as questões Indo-Pacíficas. Em que pese a invasão territorial na Ucrânia é também o plano marítimo, um dos mais importantes a se considerar neste momento, com potenciais conflitos que a cada dia aumentam. A incursão russo-chinesa certamente inaugura um risco naquela região, compreendido pelos EUA como uma provocação desnecessária, ainda mais no atual cenário.

 

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