OPINIÃO

Teclando - 16/08/2023

Da vaidade à prepotência

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Da vaidade à prepotência

Nós, os seres denominados humanos, somos a espécie mais complexa e ridícula que habita a Terra. Oscilamos entre pessoas humanas e desumanas, boas e más, queridas e odiadas, talentosas e desastradas. Nossas virtudes equilibram-se no fio de uma lâmina afiada pelas tentações. É a condição da vaidade que, basta um deslize, e será transformada em prepotência. A vaidade e a prepotência andam muito próximas, mesmo separadas por um muro que, dependendo da índole do indivíduo, pode ser de concreto ou de cera. O problema é quando a índole tem sede pelo poder, na vida pública ou na iniciativa privada, não importa a alçada ou o patamar.

Basta um carguinho para causar um desarranjo mental e a vaidade sentar-se no trono da prepotência. Na política pode ser assessor de aspone, aspone de político ou o próprio político. Não é diferente em outros segmentos, onde chefe de controle, gerente, proprietário ou conferencista são calibrados pela prepotência. Isso fica ainda mais evidente e ridicularizável no caso de entidades de classe, clubes ou associações. É quando o cara fica se achando. Alguns mudam até a postura para andar e sentar. Falam de cima para baixo e as palavras ganham uma tonalidade opressiva. Outra característica dos prepotentes é que não titubeiam para decidir, pois, ao contrário de equilibrados e preparados seres, querem demonstrar seu poder.

No exercício de funções públicas consideram-se autoridades, mas, de fato, merecem o rótulo de ‘otoridades’. No empreendedorismo, os cifrões podem afetar o equilíbrio hormonal e ativar a prepotência, empinando narizes e apagando o próprio passado. O poder ou pseudo poder sob as rédeas da prepotência são sempre um risco ditatorial. Mas por que a vaidade descamba em prepotência? Ora, simplesmente por carência de estrutura comportamental. Essa fragilidade da índole ocorre por falta de educação ou de berço. E, em muitos casos, porque a índole é péssima mesmo.

Hugo Lisbôa

Conceituado endocrinologista, Dr. Hugo Lisbôa é ferrenho defensor da dieta mediterrânea. Nos últimos meses, através das redes sociais, ele apresenta uma sequência de pratos com saudáveis combinações. Não faltam verdes, fibras, oleaginosas e domesticáveis proteínas. Porém, como o bom humor também é saúde, suas criações trazem sempre divertidos títulos. Dentre outras, ri muito com o nome dado às folhas de alface: “The Green Leaves of Summer”. Noite dessas, inspirado em um prato do Hugo, fiz uma montagem gaudério-mediterrânea. Ficou ótima e razoavelmente saudável. Se antigamente diziam que saúde começa pela boca, hoje afirmo que aquilo que é bom passa pela boca. E, da mesma forma, também abocanhamos a felicidade.

Veranico

Fico na dúvida, mas desconfio que este inverno sem frio é mais uma obra da tão badalada inteligência artificial. Neste veranico de agosto, os dias com temperaturas amenas e agradáveis ficam distantes do mundo virtual. Bem ao contrário, nessas condições parece que a vida segue mais sociável e também com calor humano. É o caso da confraria da Mesa Um do Bar Oásis, onde o quórum anda bem acima da média registrada em outros invernos. Nos últimos dias, Aniello D’Arienzo e Saul Ferreira, dois confrades da ala de vanguarda, batem o ponto regularmente. E, num inverno quente, as discussões andam ainda mais acaloradas. Assim, na Mesa Um já vivemos em clima de primavera.

Invasões

Não sou xenófobo ou bairrista, mas em termos de mídia fico abismado com a xenofilia e subserviência reinantes. Sinto cheiro da pasteurização de neurônios. Além, é claro, da evasão dos pilas. Faltam muralhas de amor-próprio para nos proteger.

Aeroporto

Na próxima semana, o sertanejo Gusttavo Lima estará mais uma vez em Passo Fundo. No ano passado, o jatinho do cantor pousou e decolou graças a um NOTAM pontual, mesmo com o aeroporto fechado para operações. Será que desta vez gozará novamente de alguma regalia operacional no Aeroporto Lauro Kortz?

Ensurdecedoras

Até quando vamos suportar essas ensurdecedoras bicicletas motorizadas que circulam por aí? Nas madrugadas, reúnem-se em bandos de seis ou mais ciclistas motorizados que multiplicam o barulho para atordoar pela cidade. Alguém foi multado? Quantas dessas duas rodas enjambradas já foram retiradas de circulação?

Trilha sonora

Pra dizer que não falei em joias, a música é uma joia e Caetano uma joia rara. Na interação cultural, a rima traz odara com a paz e a tranquilidade da cultura hindu. Caetano Veloso – Odara


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